A taxa de desemprego da região Norte baixou para 6,2% no segundo trimestre de 2019, ficando abaixo da média nacional (6,3%) pela primeira vez nos últimos 17 anos, revela o relatório Norte Conjuntura, esta segunda-feira divulgado.
O boletim trimestral da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N) que apresenta as tendências da evolução económica na região Norte e a que a Lusa teve acesso, assinala que “é preciso recuar até ao terceiro trimestre de 2002 para encontrar um nível de desemprego inferior”. Quanto à taxa de desemprego dos trabalhadores com o Ensino Superior, diminuiu para 4,6%, “o valor mais baixo do século”.
De acordo com o Norte Conjuntura, a população empregada da região “aumentou para 1.722.100 pessoas”, tendo sido criados “mais 9.400 postos de trabalho face ao trimestre homólogo de 2018”. O ritmo de crescimento do emprego “tem vindo a abrandar há nove trimestres” e, em função disso, na região Norte “a taxa de emprego dos 20 aos 64 anos aumentou muito ligeiramente para 74,4% no segundo trimestre de 2019”.
“Em Portugal, o mesmo indicador atingiu 76,1%, aumentando o diferencial entre as taxas nacional e regional”, acrescenta o boletim. A população desempregada baixou para 113,7 mil pessoas no segundo trimestre de 2019, representando “uma redução de 19,2 mil desempregados face ao trimestre homólogo de 2018”.
Quanto ao salário médio mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem na região Norte, atingiu os 865 euros no segundo trimestre do ano. O crescimento foi de 3,6% em relação ao trimestre homólogo de 2018. Com isto, o salário médio da região “passou a ser inferior em cerca de 5% ao auferido em Portugal, que na mesma altura assumiu o valor de 911 euros”. “Esta é a menor diferença entre o salário médio nacional e o regional desde o início de 2008”, assinala o relatório.
Relativamente ao trimestre homólogo de 2018, no segundo trimestre de 2019, o emprego aumentou em 1,2% no setor dos serviços e em 0,8% no setor secundário (indústria, construção, energia e água). “Entre os grandes setores de atividade, apenas o primário, que agrega os ramos da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca registou uma diminuição do emprego em termos homólogos (menos 7,2%)”, acrescenta.
O Norte Conjuntura refere que “as indústrias transformadoras são o ramo de atividade mais importante da região, empregando 429,9 mil pessoas”, o equivalente a 25% de todo o emprego no segundo trimestre de 2019.
Quanto à população empregada no ramo da saúde humana e apoio social, “atingiu pela primeira vez um valor superior a 150 mil indivíduos no segundo trimestre de 2019, representando 8,7% do total do emprego” no Norte.
Também no segundo trimestre do ano, as dormidas de estrangeiros na região em estabelecimentos de alojamento turístico representaram 63,1% do total, “o valor mais elevado desde que há registo”. “Em termos homólogos, as dormidas cresceram 12,2%, o número de hóspedes aumentou 11,9%, os proveitos totais cresceram 15,6%. As dormidas representaram quase dois terços do total (63,1%)”, observa.
O relatório destaca ainda que o incumprimento do crédito à habitação atingiu “o valor mais baixo dos últimos dez anos”, tendo-se situado em 1,7%.