O Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, vai revisitar o seu projeto original de design, recriando algumas soluções expositivas dos anos 1950, na exposição “Formas de Expor”, que é inaugurada a 7 de novembro, anunciou esta terça-feira a fundação.

Para assinalar os 50 anos do Museu Calouste Gulbenkian, a exposição “Art on Display – Formas de expor 1949-69” evocará arquitetos e designers como Franco Albini, Franca Helg, Carlo Scarpa, Lina Bo Bardi, Aldo van Eyck e Alison e Peter Smithson, que, nos anos de 1950/1960, desenvolveram soluções inovadoras em relação a padrões anteriores, vindos da primeira metade do século XX, contextualizando assim a definição do seu projeto original.

Quando abriu as portas, em 1969, o Museu Calouste Gulbenkian resultava de um planeamento de uma década antes, e adotou um projeto de design que teve no arquiteto italiano Franco Albini (1905-1977) um dos principais mentores, refletindo as boas práticas da década de 1950.

Nesta exposição, segundo o museu, o projeto original é confrontado com as mais emblemáticas soluções expositivas adotadas em Itália, Reino Unido, Países Baixos e Brasil, nas duas décadas anteriores.

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A dupla de curadores Penelope Curtis e Dirk van den Heuvel identificou sete “estudos de caso” que correspondem a exposições permanentes de museus, ou a exposições temporárias que ficaram na história da “arte de expor” e, com base neles, foram criadas réplicas.

Os projetos são a primeira e segunda Exposição Internacional de Arte Experimental (do chamado grupo Cobra), no Stedelijk Museum, em Amesterdão (1949), de Aldo van Eyck; os Palazzi Bianco e Rosso, em Génova (1951–62), da dupla Albini-Helg; o Palais des Beaux-Arts, em Liège (1951), de Aldo van Eyck; o Museu Correr, em Veneza (1957–60), de Carlo Scarpa; a exposição “Pintura e Escultura de uma Década 54-64”, na Tate Gallery, em Londres (1964), de Alison e Peter Smithson; “Sonsbeek ’66, Quinta Exposição Internacional de Escultura”, em Arnhem (1966), de Aldo van Eyck; e o Museu de Arte de São Paulo (1968), de Lina Bo Bardi.

Com base nesses projetos originais, foram construídas réplicas, em tamanho real, de modo a evocar o vocabulário expositivo de cada um deles. Estarão também expostas cerca de oito dezenas de peças do Museu Calouste Gulbenkian, habitualmente nas reservas, que encontram equivalência nas obras que foram apresentadas originalmente em cada um destes projetos.

Esta exposição dará também a ver as diversas propostas pensadas para o Museu Gulbenkian, de modo a que o visitante possa estabelecer comparações entre os desenhos originais e as soluções concretizadas, segundo o museu. Serão igualmente mostrados maquetes e documentos dos Arquivos da Fundação Gulbenkian de outras propostas para o museu que foram a concurso, com as respetivas soluções de design.

Fora do contexto original do Museu Gulbenkian, a exposição será apresentada no Het Nieuwe Instituut em Roterdão, na Holanda, em abril de 2020. A Gulbenkian justifica que esta ida a Roterdão irá aproximar-se, neste sentido, do objetivo desta exposição: “Permitir ao espectador refletir sobre a forma como a linguagem expositiva se posiciona entre a obra de arte e o observador e sobre o efeito que esta provoca na sua experiência estética”, sublinha.