O deputado João Cotrim Figueiredo foi eleito este domingo presidente da Comissão Executiva da Iniciativa Liberal, uma candidatura única que recolheu 96% dos votos na III Convenção Nacional do partido.

João Cotrim Figueiredo, o único candidato, foi assim eleito presidente do partido, tendo a sua lista conseguido 181 votos, ou seja 96% dos votos expressos.

Contra “injeções adicionais” do Estado no Fundo de Resolução

Durante o discurso de tomada de posse, João Cotrim Figueiredo anunciou já como presidente do partido, um projeto de resolução “no sentido de impedir qualquer injeção adicional de dinheiro do Estado no Fundo de Resolução da banca”.

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Oiça aqui as declarações do novo presidente da Iniciativa Liberal à Rádio Observador.

As notícias das 20h: “O Governo não tem a função de salvar bancos”, diz João Cotrim Figueiredo

Na intervenção, que durou pouco mais de cinco minutos, o deputado anunciou uma iniciativa parlamentar que dará entrada já na segunda-feira no parlamento.

“O dinheiro dos impostos, o nosso dinheiro não pode servir nem para financiar o despesismo do Estado, nem para cobrir prejuízos privados”, justificou.

“Portugal precisa da IL porque não nos vamos calar perante os escândalos deste socialismo de compadrio que tanta confusão gera entre dinheiro público e interesses privados”, criticou.

Durante o discurso, o novo líder elencou os outros motivos pelos quais considera que o país precisa do partido, referindo que “os portugueses não aguentam mais o peso de uma carga fiscal que bate recordes todos os anos”.

“Sem nós a incompetência do PS vai continuar a gerar o caos na saúde, causando sofrimento àqueles portugueses que não podem pagar para ter uma alternativa”, condenou.

Para Cotrim Figueiredo, “os socialistas avariaram o principal elevador social, que é o sistema de educação”.

“Portugal precisa da IL porque já ninguém percebe – ou se calhar percebe muito bem – porque é que há 30 anos que não se consegue fazer um combate sério pela transparência e contra a corrupção”, criticou.

Uma palavra contra o populismo foi também deixada pelo liberal: “Portugal precisa da IL, não precisa de populismos que nada sabem resolver”.

Na perspetiva do novo líder, nas eleições de 06 de outubro “abriu-se uma grande oportunidade de começar a afirmar o liberalismo em Portugal”, com a eleição do primeiro deputado da IL.

João Cotrim Figueiredo deixou claro que o partido precisa de estar “à altura dessa responsabilidade”, correspondendo aos muitos cidadãos que veem “na IL a verdadeira oposição ao socialismo”.

“Temos de frustrar os desejos daqueles arautos do sistema que esperam que falhemos para continuar a manter os seus privilégios e arranjinhos”, defendeu.

As prioridades do novo Presidente

Ainda antes de ser eleito, João Cotrim Figueiredo defendeu este domingo que para o partido crescer tem de “falar para novos públicos e adotar novas causas”, estabelecendo como alvo principal a juventude.

Coube ao agora Presidente apresentar no final da manhã dos trabalhos da III Convenção Nacional, em Pombal (distrito de Leiria), a moção de estratégia global, intitulada “Juntos a Liberalizar”, com a qual se apresentou à presidência como primeiro subscritor, na única candidatura à sucessão de Carlos Guimarães Pinto.

Depois de elencar as prioridades para este mandato de dois anos – sobretudo focadas no primeira sessão legislativa da atual legislatura -, João Cotrim Figueiredo explicou aquela que considera ser a fórmula para o crescimento do partido, estreante no parlamento nesta legislatura.

Assim, na perspetiva do liberal, o partido tem de “falar para novos públicos” ao mesmo tempo que é capaz de “adotar certas causas”.

O público-alvo principal, para João Cotrim Figueiredo, é a juventude, o que o levou a repetir a palavra três vezes seguidas, para dar mais força à sua ideia.

“É surpreendente e quase chocante perceber que não há nenhum partido que possa dizer que escolheu estrategicamente a juventude com alvo”, apontou, considerando-o algo “bizarro”.

Na sua perspetiva, as mensagens da Iniciativa Liberal “são todas elas úteis e relevantes para a juventude”, considerando haver nesta faixa de população “um espaço desocupado”.

Em relação às causas, Cotrim Figueiredo foi perentório ao afirmar que algumas têm de ser dos liberais e não podem ficar só na esquerda.

“A Iniciativa Liberal não pode estar fora do debate do ambiente e do debate sobre o inverno demográfico”, elencou.

Para o deputado único, é preciso “manter o que funcionou tão bem aqui”, como a irreverência e a criatividade, mas é preciso alterar aspetos da organização do partido “para as coisas funcionarem no terreno”.

Com esse objetivo, explicou que a comissão executiva vai ter dois polos, um para tratar dos desafios partidários e outro para os desafios do parlamento.

As prioridades para o mandato de dois anos que se vai iniciar este domingo são “impostos mais baixos, mais simples e mais justos”, liberdade de escolha e a luta pela transparência e contra a corrupção, uma vez que esta última é, além de tudo, “um atentado primeiro à meritocracia e isso para um liberal não é aceitável”.

A descentralização e a reforma do sistema eleitoral são outras das metas do partido.

A III Convenção Nacional do partido decorreu este domingo em Pombal, distrito de Leiria, uma reunião do órgão máximo na qual foi eleito o novo líder liberal, sucedendo assim a Carlos Guimarães Pinto que anunciou no final de outubro que iria abandonar o cargo.

Na Comissão Executiva, para além do novo presidente, mantém-se como vice-presidente executivo João Serrenho e há três novos vice-presidentes: Ricardo Pais Oliveira, António Costa Amaral e Mónica Coelho.

Miguel Rangel transita como secretário-geral e Bruno Mourão Martins é o novo tesoureiro.

Bernardo Blanco, Carla Castro, Catarina Maia, Filipa Osório, João Caetano Dias, João Cascão, Luís Nascimento, Maria Castelo Branco, Mariana Nina, Olga Baptista, Rafael Corte Real e Vicente Ferreira da Silva são os vogais hoje eleitos.

Como suplentes da Comissão Executivo foram hoje escolhidos Joana Malta Vacas, Pedro Schuller e Sérgio Figueiredo.

Depois de anunciados estes resultados, a Comissão Executiva cessante foi exonerada e nova direção tomou posse no palco.