A Bright Pixel pediu a 20 intervenientes do ecossistema de empreendedorismo que apontassem aquelas que, na sua opinião, serão as grandes tendências em 2020. Entre investidores e empreendedores, as respostas passaram pelas alterações climáticas, a nova infraestrutura de rede 5G, a cibersegurança, o futuro do trabalho e a relação entre tecnologia e humanos.

“O fim de cada ano é sempre a altura por excelência para antever o que o futuro reserva setor a setor. Neste sentido, e tendo como mote a entrada na nova década, a Bright Pixel desafiou o ecossistema de empreendedorismo português a dizer de sua justiça. De investidores a empreendedores, de projetos recém-nascidos a grandes empresas, a iniciativa 20by20 junta vozes de norte a sul do país para identificarem as grandes tendências para 2020”, lê-se no comunicado.

As respostas vieram de 20 empreendedores e profissionais nas áreas do retalho, cibersegurança e novas tecnologias, como inteligência artificial, Internet das Coisas, tecnologias de blockchain, entre outras. Entre os inquiridos estão líderes de startups como a Aptoide, Automaise ou Didimo e os responsáveis da Startup Lisboa, Startup Braga, Startup Pirates, do evento Trojan Horse was a Unicorn e da Bright Pixel.

Acerca do 5G, Alexandre Mendes, diretor executivo da Startup Braga, diz que vai “proporcionar-nos uma experiência transformacional” e Ernesto Pedrosa, fundador e CEO da Automaise, acrescenta que “o 5G marcará o início da verdadeira interconectividade generalizada entre todas as coisas”.

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Sobre as temáticas de cibersegurança, Lino Santos, coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, diz que as dificuldades de adaptação ao contexto digital e em constante mudança requerem “uma abordagem focada no fator humano, por oposição à tradicional abordagem centrada na informação, e o desafio que se coloca é nada menos do que dotar toda a sociedade de competências digitais e, por essa via, reduzir a vulnerabilidade individual e coletiva”.

João Günther Amaral, da Sonae, assinala que ninguém ficará indiferente às alterações climáticas, mas que nem todos mudarão os seus comportamentos. E Gaspar D’Orey, CEO do Dott, defende que “é fundamental inspirar não só os lojistas para utilizarem embalagens mais amigas do ambiente, mas também motivar os clientes a reciclarem as embalagens usadas, ao contrário de simplesmente as deitarem fora”. Já Joana Pina Pereira, da Worten, acrescenta que, em 2020, a sustentabilidade das empresas não será uma moda, “mas uma necessidade irrefutável de sobrevivência”.

Mário Alves, fundador e CEO da Taikai, defende que “o futuro do trabalho será a possibilidade de trabalhar na SpaceX num dia e para a Google no outro” e que o conceito de trabalho 2.0 representa um futuro no qual “os indivíduos altamente especializados podem procurar oportunidades baseadas em desafios de diferentes setores”.

Por último, e apesar dos avanços tecnológicos, os empreendedores portugueses consideram que a tecnologia deverá ser desenvolvida para aproximar os humanos e não para substitui-los. Para Miguel Fontes, CEO da Startup Lisboa, “a tendência é o reforço da humanização das organizações e da tecnologia, para colocá-las ao serviço das pessoas e não o contrário“. Verónica Orvalho, fundadora e CEO da Didimo, acredita “que a próxima era da computação vai derrubar as barreiras entre os mundos físico e digital” e que isso vai “promover a educação em todo o mundo através da aprendizagem entre pares e da partilha de conhecimentos”.

Para Celso Martinho, fundador e CEO da Bright Pixel, “em 2020, a privacidade enquanto característica de um produto será a norma e as empresas com visão saberão incorporar esta oportunidade. Uma maré de produtos centrados na privacidade chegarão ao mercado, em resposta às exigências da era do fiasco pós-Facebook”.

Sobre o  ecossistema de empreendedorismo, Celso Martinho diz que “os empreendedores portugueses estão a ganhar maturidade” e que, “finalmente, vamos ver empreendedores em série, aqueles que construíram, prosperaram ou falharam, mas que se levantaram e tentaram de novo e de novo, melhorando cada vez mais, baseando na sua valiosa experiência e reputação. Os grandes empreendedores que investiram também serão cada vez em maior número, fechando justamente o círculo virtuoso”.