Tomás Correia não vai, afinal, ficar no Montepio – nem mesmo na Fundação, apurou o Observador e confirmou fonte oficial da mutualista. Foi uma decisão tomada “por vontade própria” de Tomás Correia, garante fonte oficial da mutualista, que não confirmou se a decisão está relacionada com aquilo que o Observador também noticiou, na semana passada, que foi uma tentativa de “redefinição” da missão da Fundação Montepio, que fracassou antes de ser votada.

Na última reunião do Conselho Geral, na semana passada, Tomás Correia já tinha dado a entender que estaria a abraçar outros projetos e, na altura, indicou que está a escrever uma peça de teatro, com partes de comédia e tragédia. E vai, também, dedicar-se a colaborar pro bono com outras entidades da economia social.

Cúpula do Montepio travou nova missão (e mais dinheiro) para a Fundação, onde deverá ficar Tomás Correia

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Foi discutido na última reunião do conselho de administração da mutualista uma “redefinição” das funções da Fundação Montepio, o organismo que se acreditava que António Tomás Correia iria continuar a liderar apesar de sair da presidência da Associação Mutualista Montepio Geral. Segundo informações recolhidas pelo Observador, embora não se tenha falado do orçamento da Fundação de forma explícita, ficou claro que uma ampliação do alcance da Fundação passaria, naturalmente, por uma multiplicação da dotação prestada pela mutualista, que é atualmente de um milhão de euros por ano. Mas três dos (ainda) cinco administradores mataram a proposta à nascença.

Quem apresentou ao conselho de administração da mutualista um documento para que se repensasse o papel da fundação foi Luís Almeida, antigo presidente-executivo do Finibanco Angola e homem próximo de Tomás Correia, o presidente que em outubro pediu para sair da liderança da associação mutualista, antecipando-se ao que teria sido uma recusa, por parte do supervisor, do seu registo de idoneidade para continuar naquelas funções.

No almoço de natal deste sábado, na festa que marcou a despedida de Tomás Correia, o ex-presidente da mutualista Montepio fez um discurso emocionado e foi ovacionado por parte dos mais de 2.000 colaboradores que foram ao almoço. Tomás Correia recebeu o pelicano de ouro das mãos do Padre Vítor Melícias, que é presidente da assembleia-geral da mutualista.