Fazer jejum intermitente tem vários benefícios para a saúde: reduz a pressão arterial, ajuda a perder peso e dá mais anos de vida. Esta é a conclusão de um estudo publicado, esta quinta-feira, no New England Journal of Medicine.

Este trabalho científico fez uma revisão de outros estudos efetuados em humanos e animais e destacou vantagens a vários níveis de não se comer durante muitas horas: a nível cognitivo, cardiovascular, físico e nos sintomas da diabetes e obesidade, lê-se na Newsweek.

Apesar de não entendermos os mecanismos específicos, os efeitos benéficos do jejum intermitente passam por uma mudança a nível metabólico e uma maior resistência ao stress a nível celular”, acrescentam os autores à Newsweek.

Mark Mattson, um dos autores do estudo, destaca à CNN dois tipos de jejum: um deles consiste em não comer durante 16 a 18 horas; outro, prolonga-se por dois dias por semana, limitando-se a ingerir 500 calorias nesses dias.

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O estudo publicado esta quinta-feira dá exemplos das conclusões de outros trabalhos científicos. Um deles refere-se à população de Okinawa (Japão), cujo jejum intermitente terá ajudado à sua conhecida longevidade — juntamente com uma dieta pouco calórica e rica em nutrientes. E um outro que analisou ratos. Os animais eram alimentados dia sim, dia não desde a idade adulta e o estudo concluiu que a sua esperança média de vida aumentou significativamente.

Os autores do estudo publicado no New England Journal of Medicine consideram que a maioria das pessoas não vê com bons olhos o jejum intermitente devido ao padrão alimentar atual, que passa por três refeições por dia, sem contar com aquilo que é ingerido entre refeições. Algo que está de tal modo “enraizado na cultura” que nem médicos, nem doentes contemplam outra hipótese. “A abundância de comida e o marketing em países desenvolvidos é um dos maiores obstáculos”, afirmam os cientistas à Newsweek.

E destacam ainda a reação das pessoas à falta de comida — irritabilidade, problemas de concentração, além da óbvia fome. Os autores garantem, no entanto, que todos estes sintomas passam ao fim de um mês de jejum intermitente.

Ainda assim, sublinham a importância de se elaborarem mais estudos sobre esta questão, para garantir que se trata de uma prática segura e benéfica para a população em geral. Isto porque, não só ainda não foram analisados os efeitos a longo prazo do jejum intermitente, como os estudos que existem focam-se em jovens com excesso de peso e adultos de meia idade — ou seja, não é possível generalizar.