A Amnistia Internacional e outras organizações assinalam no sábado os 18 anos da prisão de Guantánamo com uma manifestação em Washington pelo encerramento deste campo de detenção e pelo fim de anos de violações dos direitos humanos.

“Três Presidentes dos Estados Unidos supervisionaram Guantánamo durante os seus vergonhosos 18 anos de existência (…)”, disse Daphne Eviatar, uma responsável da Amnistia Internacional (AI) nos Estados Unidos num comunicado divulgado pela organização não-governamental. Para a ativista, passados todos estes anos, a prisão de Guantánamo “continua aberta e as pessoas que nunca tiveram um julgamento ainda estão detidas e à medida que envelhecem e enfrentam a perspetiva de passar o resto de suas vidas na prisão, a morrer longe das famílias e entes queridos que não veem há anos”. “Já passou a hora de Guantánamo fechar de uma vez por todas (…)”, declarou ainda.

Durante a manifestação em Washington, os ativistas usarão fatos-macacos laranja e capuzes pretos para simbolizar as centenas de detidos que estão presos em Guantánamo. Uma marcha vai ser realizada em Washington, começando na Casa Branca e terminando no Hotel Trump, com os organizadores a carregarem nove caixões representando os nove indivíduos que morreram naquela prisão.

A manifestação decorrerá entre as 13h e as 15h (das 8h às 10h em Lisboa). Atualmente estão 40 detidos na prisão, que fica na baía de Guantánamo em Cuba, e todos são muçulmanos, muitos dos quais foram torturados nesta prisão. Vários presos enfrentam problemas de saúde como resultado de anos de detenção e há casos de tortura e outros de maus-tratos.

Alguns continuam detidos, apesar de terem recebido há anos autorização para libertação e transferência para países que os aceitem receber. Isso inclui Toffiq al-Bihani, que está preso há oito anos sem julgamento. A Amnistia Internacional dos EUA há muito tempo defende a sua libertação. A organização distribui cartões postais sobre o caso para os manifestantes enviarem ao Departamento de Defesa. A prisão permanece indefinidamente aberta, com base numa ordem executiva assinada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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