O conselheiro nacional do Chega, Tiago Monteiro, líder do núcleo de Mafra, renunciou esta sexta-feira aos cargos que desempenhava depois de ter confirmado ao líder e fundador do partido, André Ventura, que pertenceu à Nova Ordem Social (NOS), movimento extremista liderado por Mário Machado, revelou ao Observador fonte do partido. A renúncia de Tiago Monteiro foi imediatamente aceite, após reunião com o deputado, sendo automática a sua saída do Conselho Nacional do Chega.

Numa investigação publicada esta semana, a revista Sábado dá conta de que existem mais responsáveis do Chega que já tiveram ligações ao NOS ou a outras organizações deste género, como é o caso do presidente da Mesa da Convenção Nacional, Luís Filipe Graça.

Falando aos jornalistas no parlamento, André Ventura confirmou o desmentido de Filipe Graça, contrariando a reportagem da Sábado, mas adiantou que não irá tolerar nem admitir “qualquer presença em órgãos dirigentes de militantes que estejam ou tenham estado ligados, quer a atos violentos, quer a atos subversivos, ligados a movimentos extremistas, movimentos violentos ou movimentos racistas”.

O presidente do Chega assinalou que exigiu “a todos os que foram envolvidos” na investigação “que fizessem um desmentido imediato de qualquer ligação atual ou passada a movimentos como o NOS, ou outros”.

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Chega promete “tolerância zero” para militantes ligados a movimentos extremistas ou racistas

Aos dirigentes que tenham estado ligados a organizações deste género, André Ventura comprometeu-se a retirar a confiança política. Contacto pela Lusa, o dirigente recusou-se a prestar declarações, não querendo sequer confirmar a renúncia aos cargos que desempenhava no Chega.