Frederico Varandas acredita que “o Sporting não tem futuro” caso haja “uma destituição da direção”. Foi pelo menos o que afirmou em entrevista ao jornal Record, numa altura em que está em curso um pedido de uma Assembleia Geral (AG) destitutiva da atual direção.

Assim, vamos ter mandatos de quê, um ano? Independentemente do presidente, isto destrói o clube” disse.

Nesse sentido, o presidente do clube questionou se “faz sentido que 0,5% dos sócios possam promover a destituição dos órgãos sociais”. “Porque essas ações levam a resultados incertos, mas a agitação é certa. O Sporting, se entra neste ciclo ingovernável, dificilmente se endireita”, considerou.

O futebol é isto, é por isso que um clube nunca há de ser uma empresa, porque há muita emoção. Mas a emoção não pode colocar tudo em causa. Não tenho dúvidas que um dos problemas do Sporting é esta instabilidade, que só tende a piorar”, disse ainda.

Foi também sobre a possibilidade de uma AG destitutiva que João Benedito, o segundo candidato mais votado nas últimas eleições, falou numa entrevista à Antena 1 — onde se disse “surpreendido” pelas declarações de Varandas. O antigo futsalista explicou que “a AG ainda não está marcada”, mas “há um pedido legítimo de um grupo de sócios para avaliação do trabalho da direção” e que “a Mesa só tem de olhar para os estatutos e tomar uma decisão”.

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Para Benedito, “não há outro sítio” melhor para se discutir uma eventual destituição da direção. E expressa os seus desejos: “O que eu espero para esta AG, caso seja marcada, é que ao contrário da AG de 2018, não apareçam pseudo-candidatos a anunciar uma candidatura para um ato eleitoral que não está marcado. E que os sócios do Sporting sejam respeitados e a sua opinião não seja toldada com soluções para que não votem em consciência com aquilo que são os propósitos de uma AG marcada com este intuito”.

Ataque a Alcochete “causa 80 milhões de prejuízo ao Sporting”

Deixando claro que “esta direção não quer acabar com as claques”, Varandas aponta que não pode “mais incentivar um negócio que mata a essência das claques”. Reconhece que em setembro de 2018, acabar com as claques “era o mais fácil de fazer”. “Não o fizemos. Mas explicámos que havia regras que tinham de mudar para sempre”, lembra, garantindo que distingue “as claques das suas direções”.

Reuni-me pelo menos cinco vezes com eles e distingui a Juventude Leonina dos outros três. A visão das pessoas sobre as claques tem a ver com o ataque a Alcochete. E aí foi a Juventude Leonina que realizou esse dia negro, um dia que causou 80 milhões de prejuízo ao Sporting e danos reputacionais inacreditáveis”, acusa.

Quando ao balanço dos 17 meses de mandato, Varandas resume-o numa palavra: “Duro. Duro, mas não surpreendente. Duro, mas expectável. Duro, mas necessário. Duro, mas inevitável. Era a única maneira de inverter este ciclo”.

Dost e os palavrões na “reunião surreal” entre as “farpas” a Bruno de Carvalho: o testemunho de Varandas no caso Alcochete

Considerado que “até hoje, o Sporting nunca foi unido”, Varandas diz que “não o conseguiria fazer em 17 meses, após uma autêntica guerra civil”. “Uma coisa é unir, outra é aceitar grupos que querem que as suas equipas percam para poderem voltar a ter os privilégios que tinham“,aponta.