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"Ajudem-nos a pagar aos advogados de Rui Pinto". Crowdfunding reuniu cerca de mil euros em dois dias

Este artigo tem mais de 4 anos

Diretora executiva da Signals Network anunciou, numa conferência de imprensa em Portugal, que estava a angariar fundos para a defesa do hacker Rui Pinto, preso preventivamente há cerca de um ano.

Rui Pinto está em prisão preventiva há cerca de um ano. Será julgado por mais de 90 crimes
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Rui Pinto está em prisão preventiva há cerca de um ano. Será julgado por mais de 90 crimes

AFP via Getty Images

Rui Pinto está em prisão preventiva há cerca de um ano. Será julgado por mais de 90 crimes

AFP via Getty Images

O anúncio foi feito na conferência de imprensa que a defesa de Rui Pinto promoveu em Lisboa, na última sexta-feira, pela diretora executiva da The Signals Network Fondation: “estamos a fazer um crowdfunding para pagar aos advogados de Rui Pinto”, disse Delphine Halgand-Mishra. Entre declarações dos advogados francês e português e representantes de consórcios de jornalistas acabou por passar despercebido, ainda assim conta já com donativos na ordem dos mil euros. O objetivo é somar cinco mil dólares (cerca de 4600 euros).

Rui Pinto, que está em prisão preventiva há cerca de um ano e que soube recentemente que irá ser julgado por 90 crimes informáticos e uma tentativa de extorsão à Doyen Sports, é representado pelo advogado francês William Bourdon, que integra a Signals Network e que representa Snowden e Assange. Bourdon já disse publicamente que sendo advogado na organização franco-americana que presta apoio a whistleblowers (denunciantes) não seria ético cobrar os seus serviços a Rui Pinto. No entanto, os advogados que tem na Hungria, onde foi detido, e em Portugal, neste caso Francisco Teixeira da Mota, têm que ser pagos. E o dinheiro angariado pelo crowdfunding servirá para isso.

Na plataforma americana de crowdfunding, a Gofundme, foi criada a 13 de fevereiro uma entrada para pedir ajuda para a defesa de Pinto. Entre os dadores estão alguns nomes portugueses. É aqui que a Signals Network conta a história de Rui Pinto como tendo providenciado informação de “elevado interesse público” para dezenas de meios de comunicação — o que resultou no Football Leaks e no Luanda Leaks. “Muitos países já iniciaram investigações judiciais baseadas nas revelações”, lê-se. Na conferência de imprensa Delphine Halgand-Mishra avançou mesmo que as autoridades europeias já tinham conseguido recuperar cerca de 35 milhões de euros com os processos abertos graças à informação obtida por Rui Pinto.

Defesa de Rui Pinto quer Edward Snowden a testemunhar a favor do português

Na página do Gofundme criada para angariar dinheiro para a defesa de Rui Pinto “que tem trabalhado incansavelmente e a baixo custo para defender o seu cliente”, lê-se ainda que o português Rui Pinto chegou a colaborar com as autoridades francesas — que chegaram a colocar-lhe a hipótese de integrar um programa francês de proteção às testemunhas. “Ajudem-nos a pagar aos advogados de Rui Pinto, que está preso à espera de um julgamento em Portugal”, lê-se, por fim.

Rui Pinto foi pronunciado por ter entrado nos sistemas informáticos da SAD do Sporting, da Federação Portuguesa de Futebol, da sociedade de advogados PLMJ e da própria Procuradora-Geral da República. Terá entrado depois em dezenas de e-mails de profissionais, cujos conteúdos foram integralmente colocados online.

Football Leaks. Rui Pinto vai a julgamento por 90 crimes. Juíza deixou cair 57 crimes

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