Catarina Marcelino defendeu esta manhã, em entrevista ao Observador, que é preciso aproveitar o momento para combater o fenómeno do racismo em Portugal.
A deputada do Partido Socialista e antiga Secretário de Estado para a Igualdade considera que Portugal “não é um país racista” do ponto de vista social ou político, mas sofre de “racismo estrutural”, devido ao contexto histórico do país.
Catarina Marcelino: “Não somos um país racista. Temos um racismo estrutural”
Para Catarina Martins, o racismo não se está a revelar mais, apenas há uma maior consciência social do problema, que deve ser usada para desocultar o fenómeno em Portugal. A deputada sublinhou que a indignação com os atos racistas não é suficiente, é preciso agir com consequências e, até mesmo, “perceber se é preciso fazer alterações à lei” que criminaliza o racismo, para que este combate “fique mais musculado”.
No programa Direto ao Assunto, a socialista salientou a valorização social que se está a dar ao episódio de agressão a Moussa Marega. “Um ato individual” do jogador do Futebol Clube do Porto que se transformou num “ato político”, devido ao estatuto do futebolista na sociedade.
Catarina Marcelino redigiu um relatório, apresentado no ano passado à Assembleia da República, que avaliou as condições de racismo, xenofobia e discriminação étnico-racial em Portugal. Um documento criado na sequência de uma série de eventos racistas que aconteceram no país ao longo dos últimos anos.