O ano em que Lisboa é Capital Europeia Verde levou a Câmara Municipal de Lisboa a atuar quanto ao ruído nos bairros da capital durante as noites de folia dos Santos Populares, que decorrem durante todo o mês de junho. De Carnide à Mouraria, passando ainda por Alvalade, os milhares de moradores e visitantes vão ter menos duas horas de diversão, avançou o Jornal i na sua edição impressa desta segunda-feira.

As juntas de freguesia veem-se agora divididas, após a receção de opiniões positivas e negativas. Se por um lado, estão os moradores satisfeitos que acham que a música um mês inteiro é “demasiado para quem trabalha e não está de férias”. Do outro estão os comerciantes compreensivos que vão “faturar muito menos”, mas reconhecem que as pessoas que ali moram “não conseguem dormir com o barulho”, adiantou a mesma fonte.

A Junta de Freguesia da Misericórdia, onde decorre o arraial da Bica disse ao jornal diário que “as alterações promovidas pela EGEAC, para os arraiais deste ano, vão ao encontro das restrições que a própria Junta de Freguesia da Misericórdia já havia implementado em 2019”, uma vez que nesse ano já tinha reduzido as licenças de barulho até à meia noite e uma da manhã.

Segundo um boletim municipal, aprovado em dezembro de 2019, não haverá arraiais em homenagem ao santo padroeiro às segundas, terças e quartas. Às quintas-feiras e domingos, a festa começa às 19h e acaba à meia noite, com a música a tocar até às 23h. Já às sextas, sábados e vésperas de feriados o bailarico pode ir das 19h à meia noite, com as imperiais a sair até à uma da manhã.

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No âmbito da estratégia definida para as Festas de Lisboa, verifica-se a necessidade de adotar práticas ambientais sustentáveis, de modo a banir a utilização do plástico descartável, a delimitar horários de funcionamento dos Arraiais e a respeitar limites de ruído e de descanso dos munícipes”, lê-se no documento.

Na noite de Santo António o horário é alargado até às 4h, segundo declarações da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural – responsável pela  gestão das festas de Lisboa, ao jornal i. Ainda assim, menos duas horas que nos anos anteriores. “A EGEAC sente uma responsabilidade acrescida em termos de boas práticas e tem vindo a implementar medidas que visam minorar os impactos destas, seja em termos ambientais, como em relação ao ruído”.

A três meses das festas dos Santos Populares, as juntas de freguesia vão reunir-se com os donos dos vários negócios em honra de Santo António, dos quais muitos dependem para subsistir o resto do ano, visando assim compreender em “pormenor” as suas opiniões “díspares”.