Yvonne Farrell e Shelley McNamara são as vencedoras do Prémio Pritzker de Arquitetura de 2020, anunciou esta terça-feira a organização. As duas irlandesas, que comissariaram a Bienal de Veneza em 2018, sucede ao japonês Arata Isozaki, que venceu o importante galardão de arquitetura no ano passado.

O júri decidiu atribuir este ano o prémio às duas irlandesas, de acordo com a organização, “pela integridade da abordagem dos edifícios de ambas, bem como pela maneira como conduzem a sua prática, a crença na colaboração, a generosidade para com os colegas, especialmente em evidência em eventos como a Bienal de Veneza de 2018”.

O júri realçou ainda como razões para a atribuição do prémio “o compromisso incessante para com a excelência em arquitetura, a atitude responsável em relação ao meio ambiente, a capacidade de serem cosmopolitas e, ao mesmo tempo, abraçarem a singularidade de cada local onde trabalham, por todas estas razões e muitas mais”.

“Equilibrando força e delicadeza, e sustentando a reverência do contexto específico dos locais, as suas instituições académicas, cívicas e locais, bem como empreendimentos habitacionais, resultam em trabalhos modernos e impactantes que nunca se repetem ou imitam, mas são decididamente da sua própria voz arquitetónica”, lê-se no documento.

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Farrell e McNamara trabalham juntas há vários anos. Conheceram-se na Escola de Arquitetura da Universidade de Dublin, onde se licenciaram sob a orientação de arquitetos racionalistas que tinham acabado de chegar à instituição de ensino para desafiar o antigo pensamento dominante, lembra a biografia disponível no site do Pritzker.

Depois de se licenciarem em Arquitetura, em 1976, foram convidadas para dar aulas na universidade, onde permanecem até aos dias de hoje.

Para Shelley McNamara, “a arquitetura é uma estrutura para a vida humana. Apoia-nos e liga-nos ao mundo de uma uma forma que mais nenhuma outra disciplina consegue”.

Em mais de 40 anos de profissão, as duas desenvolveram projetos em países como a Irlanda, o Reino Unido, França, Itália e Peru.

Com um valor de 100 mil dólares (cerca de 90 mil euros), o Pritzker distinguiu no ano passado o japonês Arata Isozaki, tendo já premiado os portugueses Álvaro Siza (1992) e Eduardo Souto de Moura (2011).

O júri é presidido pelo juiz do Supremo Tribunal dos Estados Unidos Stephen Breyer e integra personalidades como o curador-chefe de arquitetura do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, Barry Bergdoll, e a diretora da Escola de Arquitetura da Universidade de Yale, Deborah Berke.