*Em atualização.
Por ordem da Direção Geral da Saúde ou por decisão de cada uma das direções dos estabelecimentos de ensino, são agora vários as escolas e universidades fechadas por causa do surto de coronavírus. Em alguns casos, os edifícios foram fechados, noutros apenas foram suspensas as aulas presenciais.
As aulas práticas de Medicina e de outros cursos na área da Saúde, por exemplo, estão praticamente suspensas em todo o país. E até no ensino obrigatório há escolas encerradas, depois de terem sido detetados casos nesses estabelecimentos e por prevenção.
Encarregados de educação e alguns dirigentes pediram que a medida fosse alargada a todas as escolas, eventualmente com a antecipação das férias da Páscoa, mas o Governo decidiu seguir a recomendação do Conselho Nacional de Saúde Pública, que entende que os encerramentos de estabelecimentos de ensino devem ser analisados caso a caso e só devem ser decididos por ordem das autoridades da saúde.
Assim sendo, é provável que a lista de instituições de ensino cuja atividade está suspensa ou limitada vá crescendo, à medida que vão sendo confirmados mais casos da infeção.
Veja aqui quais são neste momento:
Nas faculdades de Medicina e Saúde
O Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP), por exemplo, recomenda a suspensão de aulas presenciais nas faculdades de Medicina, hospitais e centros de saúde e encerrar espaços comuns dos estudantes num prazo de “pelo menos duas semanas” a contar desta segunda-feira.
As recomendações deste órgão consultivo resultam de uma reunião do CEMP para avaliar a necessidade de medidas preventivas face à epidemia de Covid-19, que decorreu hoje, por videoconferência, e “serão mantidas pelo prazo de pelo menos duas semanas, a contar da presente data sendo sujeitas a avaliação periódica em função da evolução da situação em Portugal”.
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto seguiu essa recomendação e suspendeu todas as aulas. Todos os seus estudantes estão também interditados de circular no edifício do Hospital de São João. Também foram suspensas as atividades de formação – aulas, estágios e visitas de estudo – com a participação de profissionais do Centro Hospitalar Universitário de São João.
Também a Universidade Nova de Lisboa suspendeu o ensino prático clínico de Medicina que leve alunos aos hospitais, bem como quaisquer eventos públicos não científicos no perímetro da universidade. A academia vai iniciar a substituição das aulas (teóricas e práticas), sempre que possível, por conteúdos e-learning e minimizar as viagens ao estrangeiro.
Quanto à Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, também suspendeu a interação com doente.
As instalações partilhadas do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto vão permanecer encerradas até 20 de março.
O Egas Moniz – Cooperativa de Ensino Superior, em Almada (distrito de Setúbal), que integra o Instituto Universitário Egas Moniz e a Escola Superior de Saúde Egas Moniz, “como instituição de ensino na área da saúde, decidiu preventivamente e temporariamente suspender apenas as atividades letivas”.
O Instituto Politécnico de Setúbal — onde se integra a Escola Superior de Saúde (ESS) — vai suspender a aprendizagem em contexto clínico, mantendo a restante atividade letiva. Apesar disso, anunciou a instituição em comunicado, vai privilegiar as abordagens pedagógicas alternativas à presença em sala de aula, como o e-learning ou a videoconferência.
Outros estabelecimentos de ensino superior
A Universidade Lusíada-Norte anunciou esta segunda-feira que vai suspender até sexta-feira as aulas e o atendimento ao público no campus de Famalicão, e que no campus do Porto vai cancelar todas as atividades de extensão universitária.
A Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico do Porto é outra instituição a encerrar por tempo indeterminado “todas as instalações onde decorrem aulas”, incluindo Amarante e Penafiel, no distrito do Porto, além de Felgueiras e Lousada.
A Universidade do Porto anunciou a suspensão das aulas presenciais a partir de quinta-feira e por tempo indeterminado, “face ao rápido evoluir da situação e dado o clima crescente de dúvida e alarme social instalado que inviabiliza o normal prosseguimento das atividades letivas”. Em comunicado, a Universidade indicou ainda que será implementado “caráter de urgência” os meios de ensino à distância. Quanto às residências e cantinas, a UP garante o funcionamento e garante “o apoio indispensável aos estudantes e colaboradores da Universidade do Porto”.
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, decidiu suspender eventos e atividades desportivas da responsabilidade da academia, bem como as deslocações em serviço para países afetados pelo surto de Covid-19.
Embora não tenha instalações encerradas, a Universidade do Minho tem cerca de 90 estudantes em quarentena profilática voluntária nas residências da academia em Braga, por terem estado em contacto com um aluno infetado com o novo coronavírus.
A Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU), em Gandra (Paredes), suspendeu todas as aulas nos seus estabelecimentos de ensino e encerrou a maior parte dos espaços, de forma preventiva.
O Instituto de Estudos Superiores de Fafe fechou as instalações e suspendeu atividades presenciais pelo menos por duas semanas, por razões preventivas, numa medida que abrange 900 alunos.
A Universidade de Coimbra suspendeu também todas as atividades letivas presenciais, todos os eventos científicos, culturais e desportivos e as deslocações profissionais ou académicas no país e no estrangeiro. As cantinas vão “transitar para um serviço exclusivo de take-away”.
A Coimbra Business School, integrada no Instituto Politécnico de Coimbra, decidiu esta terça-feira suspender as atividades letivas por tempo indeterminado para evitar a propagação do novo coronavírus. Numa nota depois distribuída, a instituição de ensino realça que “tem alunos de todas as regiões do país, nomeadamente daquelas onde se têm registado até agora os maiores focos da epidemia em Portugal”. Também as aulas teóricas, teórico-práticas e tutoriais no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) vão decorrer, no mesmo horário, mas via web, durante duas semanas.
Quanto à Universidade de Lisboa, foram suspensas todas as atividades letivas presenciais e as atividades de grupo desenvolvidas nos seus museus e jardins botânicos (que se mantêm abertos ao público para visitantes individuais). As deslocações em serviço ou para estudo estão canceladas e as atividades físicas e desportivas realizadas no Estádio Universitário ou nas escolas da academia estão suspensas ou mantidas com restrições.
A Universidade de Évora decidiu adiar todos os eventos marcados para os espaços da academia, como debates ou conferências, até ao dia 22 deste mês.
O Instituto Politécnico de Beja decidiu suspender todas as atividades além das letivas obrigatórias, bem como os eventos da sua iniciativa ou responsabilidade em locais fechados ou abertos ao público.
Relativamente à Universidade dos Açores (com polos em São Miguel, Terceira e Faial), foi decidido adiar por “tempo indeterminado ou cancelar” os “congressos, workshops, seminários ou outros eventos públicos científicos ou culturais” em espaços da instituição. A academia proibiu a entrada nas residências universitárias a qualquer pessoa que se desloque para o arquipélago proveniente de outros países e regiões sem que tenha cumprido um período de quarentena.
No Instituto Superior Técnico (IST) foram suspensas todas as aulas e outras atividades presenciais a partir de quarta-feira, dia 11 de março, e até 27 de março. Em comunicado, o presidente do IST afirma que as aulas serão substituídas, sempre que possível, por meios de ensino à distância. As bibliotecas, espaços de estudo e salas 24 horas vão estar fechadas e o IST recomenda “o autoisolamento a todos aquelas que constituam casos suspeitos”, incluindo quem regresse de zonas de risco.
O Instituto Superior de Ciência Educativas (ISCE) Douro, sediado em Penafiel, decidiu suspender as aulas presenciais durante duas semanas, até 23 de março. Entretanto, o ISCE Douro, “aproveitando a sua capacidade tecnológica instalada, irá apenas ministrar aulas à distância, bem como as respetivas tutorias”.
Já a Universidade da Beira Interior (UBI) informou que vai suspender as atividades desportivas, culturais e de lazer que decorram nas suas instalações para evitar a eventual propagação do Covid-19 até dia 13 de abril.
O Grupo Lusófona decidiu suspender, preventivamente e até 24 de março, a atividade na maioria das suas instituições de ensino superior. A medida aplica-se às seguintes instituições: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa, IPLUSO – Instituto Politécnico da Lusofonia, em Lisboa, Universidade Lusófona do Porto, Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia de Gaia e Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, em Portimão.
A Reitoria do ISPA – Instituto Universitário decidiu suspender as atividades letivas presenciais a partir desta terça-feira, dia 10 de março, até 24 de março. “Para além das atividades letivas, foram também suspensas as atividades, e eventos, de cariz científico ou cultural”, lê-se ainda na nota divulgada à comunicação social.
Também a Universidade Católica Portuguesa (UCP) suspendeu as aulas presenciais a partir de quarta-feira, e durante duas semanas, nos centros regionais do Porto e de Braga. Um dia depois, a instituição alargou a decisão às faculdades da sua sede, em Lisboa.
O ISAG – European Business School, no Porto, decidiu que todas as aulas vão passar a ser dadas à distância até ao dia 31 de março e todos os eventos serão adiados até junho. A partir desta quinta-feira, todas as aulas nesta instituição serão lecionadas através do sistema de e-learning, uma plataforma interativa online que já foi testada.
A Universidade de Aveiro (UA) anunciou a suspensão das atividades letivas de 12 a 27 de março, apesar de não haver qualquer caso suspeito de Covid-19 na academia. São igualmente suspensos eventos e atividades desportivas, e reuniões de júris de concursos na forma presencial, até nova informação.
O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) decidiu suspender as aulas a partir de quinta-feira e até 21 de março, e aconselhou os alunos a abandonar as residências de estudantes.
Escolas básicas e secundárias
A Direção-Geral da Saúde anunciou no domingo o encerramento de todas as escolas dos concelhos de Lousada e Felgueiras, no distrito do Porto.
A Escola Secundária da Amadora, no distrito de Lisboa, e a Escola Básica 2,3 Roque Gameiro, no mesmo concelho, estão encerradas até 20 de março, depois de identificados dois novos casos de Covid-19.
Em Portimão, dois estabelecimentos de ensino estão fechados: a Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, onde uma aluna foi diagnosticada com Covid-19, e a Escola Básica Professor José Buisel, onde leciona a mãe da aluna doente, também infetada.
No Lycée Français Charles Lepierre, em Lisboa, as aulas tinham recomeçado esta segunda-feira depois de uma pausa. Contudo, depois de ter sido confirmado na manhã desta terça-feira o teste positivo para Covid-19 de uma aluna, a Embaixada francesa tomou a decisão de fechar a escola até 24 de março. A medida foi decidida “enquanto medida de precaução”, segundo uma informação enviada aos pais e encarregados de educação.
O Colégio de S. João de Brito decidiu suspender, já a partir de quarta-feira, dia 11, todas as atividades letivas e não letivas por “precaução”, depois de um familiar de uma criança ter sido diagnosticado com o novo coronavírus. A medida foi tomada apesar de o familiar não residir com a criança e de a família desta não apresentar sintomas — ainda assim, foi elegível pela DGS para realizar o teste. “Todavia, até 6.ª feira, dia 13 de março, o Colégio disporá de estruturas de acolhimento para os alunos cujas famílias tenham dificuldades de, no imediato, garantir o seu acompanhamento”, lê-se na nota enviada pela direção do colégio em Lisboa.
A Escola Ave Maria, em Lisboa, vai fechar na quinta-feira, dia 12, depois de ter tido conhecimento que o pai de um aluno contactou com um infetado. Os pais foram avisados por email.
O Colégio de São Tomás, em Lisboa, também fechou. A decisão foi tomada depois de o delegado de saúde ter confirmado a infeção de um familiar de um dos alunos da escola (que frequenta o 2.º ciclo). Ao Observador, fonte da direção da escola confirmou que as aulas ficarão suspensas por tempo indeterminado.
Também o Colégio O Nosso Jardim, na Lapa, anunciou o encerramento. As análises feitas ao pai de alunos do colégio deram positivo. Aconselha-se todos os encarregados de educação a estarem atentos a eventuais sintomas dos seus filhos.
A partir de quinta-feira, dia 12, o colégio Salesianos de Lisboa suspende as atividades presenciais “até indicações em contrário”.
Os Colégios Fomento – Planalto, Mira Rio, Cedros e Horizonte – também suspendem todas as atividades letivas e não letivas a partir de quarta-feira, dia 11. Até sexta-feira, dia 13, os quatro colégios disponibilizam um serviço de acolhimento, se necessário, a todas as famílias, desde a creche ao 12.º ano”.
O Sagrado Coração de Maria vai suspender todas as atividades até ao dia 25 de março. A decisão surge após o pai de um dos alunos do colégio ter testado positivo na análise ao Covid-19. A direção diz ainda que, excecionalmente, podem continuar a vir ao Colégio os alunos até ao 6.º ano de escolaridade cujas as famílias se encontrem numa das seguintes situações: pais profissionais de saúde que não tenham, logisticamente, outra forma de acautelar o acompanhamento dos filhos; outros pais que não tenham, efetivamente, nenhuma outra forma de assegurar o acompanhamento dos seus filhos.
O Colégio Manuel Bernardes, no Lumiar, em Lisboa, vai encerrar “na sua totalidade” durante esta quinta-feira. “O Colégio acredita que esta decisão contribuirá para o esforço global que nos é pedido (nomeadamente para com os nossos alunos) no sentido da contenção da disseminação do vírus, mesmo não havendo registo de qualquer caso no Colégio”, lê-se num comunicado emitido esta quarta-feira.
Um outro colégio, o de Santa Doroteia, em Lisboa, encerra durante quinta-feira, dia 12. O estabelecimento escolar confirma, em comunicado, que não tem “nenhum caso identificado”.