Uma equipa de investigadores chineses publicou aquele que o El País diz ser o maior estudo sobre os fatores de riscos associados às mortes causadas pelo surto de Covid-19, o qual já infetou mais de 100 mil pessoas em todo o mundo desde dezembro de 2019.
A investigação publicada na revista The Lancet debruçou-se sobre 191 pacientes internados em dois hospitais de Wuhan, onde tudo começou — todos eles maiores de 18 anos e com uma idade média de 56 anos. Desses, 54 acabariam por morrer; os outros tiveram alta antes de 31 de janeiro. Idade avançada, problemas de coagulação do sangue e sinais de septicemia são, segundo este estudo, os três principais fatores de risco que podem levar à morte na sequência do contágio por Covid-19.
É importante referir que metade dos pacientes que integraram o estudo sofriam de outras patologias, como hipertensão (30%), diabetes (19%) e doença coronária (8%). Os dados do estudo concluem que se verificou um aumento de 10% do risco de morte num hospital por cada ano a mais que o paciente tem. A média de idade entre as pessoas que morreram é de 69 anos (a média de idade entre os sobreviventes é de 52 anos). Cerca de 2% das pessoas que contraíram a doença morreram, isto de acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde.
O estudo sugere que os pacientes graves disseminam o vírus durante mais tempo do que o que se pensava, continua o El País. O vírus pode ser espalhado durante uma média de 20 dias — entre 8 e 37 dias. De referir que as pessoas estudadas para o efeito estavam hospitalizadas, pelo que é preciso cautela a interpretar os resultados desta investigação. Entre o surgimento dos sintomas até ao momento da alta hospitalar passaram-se, em média, 22 dias. No caso dos pacientes que morreram, o tempo médio até à morte foi 18,5 dias.
A média de duração da febre foi de aproximadamente 12 dias entre os pacientes que sobreviveram — um período similar tendo em conta os que faleceram. E 45% dos sobreviventes ainda tinham tosse no dia em que receberam alta hospitalar.
Além da idade avançada, os investigadores apontam ainda outros fatores técnicos que podem ajudar os médicos a identificar os pacientes com um mau prognóstico desde o estágio inicial, escreve o El Español: ter uma pontuação alta na avaliação de falha sequenciais de órgãos (diz respeito à sigla SOFA, “Sequential Organ Failure Assessment”) e um dímero D (marcador de coagulação) superior a 1 μg/L.
O estudo completo pode ser lido aqui.