O estado de emergência e a pandemia de covid-19 limitam este ano as comemorações do Dia Mundial do Teatro, que se assinala na sexta-feira, às plataformas digitais.

Os Artistas Unidos irão ler “Restos”, um dos últimos textos de Bernardo Santareno, para o Teatro Sem fios, da Antena 2, pelas 19h desse dia.

Esta é também a forma de a companhia dirigida por Jorge Silva Melo iniciar as comemorações do centenário de nascimento do dramaturgo nascido em Santarém, autor de “O Pecado de João Agonia” e de “A Traição do Pedre Martinho”, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

“Restos” conta com a participação de Inês Pereira, João Estima e Nuno Gonçalo Rodrigues, e com a direção de Pedro Carraca.

O programa é repetido na emissão da Antena 2, nos dias 5 e 10 de abril, às 14h.

A Companhia de Teatro de Almada é uma das que assinala a efeméride com o início de transmissão de peças através da sua página na Internet. Irá fazer também a divulgação da mensagem do Dia Mundial do Teatro, do Instituto Internacional do Teatro (ITI), organismo associado da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

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A Cegada, companhia de Alverca do Ribatejo, que perfaz 34 anos de existência, prepara-se para disponibilizar ‘online’ as peças “Casal Aberto”, de Dario Fo e Franca Rame, e “Fronteira fechada”, de Alves Redol.

Além destes, a companhia irá ainda transmitir espetáculos destinados à infância, como “O Gigante Egoísta” ou “O Príncipe Feliz”, a partir de Oscar Wilde, e “Dom Quixote de La Mancha”, sobre Miguel de Cervantes.

Esta companhia com sede no Teatro-Estúdio Ildefonso Valério está ainda a preparar um vídeo com uma leitura partilhada da mensagem do Dia Internacional do Teatro.

A mensagem, este ano da responsabilidade do dramaturgo e encenador paquistanês Shahid Nadeem, será lida por atores e pessoas ligados ao teatro, em todo o mundo.

O Teatro do Noroeste, com sede em Viana do Castelo e que, pelo segundo ano consecutivo, assina a tradução portuguesa da mensagem do Dia Mundial do Teatro, com sede no Teatro Municipal Sá de Miranda, está a difundir um vasto programa através das redes sociais.

Durante o dia, e integrado na iniciativa, o Teatro do Noroeste em Sua Casa — que, de 16 de março a 09 de abril, está a transmitir diariamente um vídeo diferente de uma peça de teatro, irá publicar outros mais com a leitura da mensagem do ITI, por vários atores da companhia que estão em teletrabalho.

A programação para sexta-feira inclui ainda três produções: “Salta para o Saco”, de António Torrado, encenada por Elisabete Pinto, “Perdição”, uma encenação de Fernando Gomes, a partir de “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco, e “A Estalajadeira”, de Carlo Goldoni, encenada por Ricardo Simões.

Os espetáculos do Teatro do Noroeste são transmitidos pelo canal da companhia no Youtube e ficam disponíveis até 9 de abril.

Por seu lado, a companhia Teatro Nacional 21 comemora a efeméride com leituras de textos de dramaturgos como Gil Vicente, Harold Pinter, Mickael de Oliveira e Cláudia Lucas Chéu, entre outros, alguns dos quais levados à cena pela companhia, nos últimos dez anos.

As leituras serão transmitidas nas páginas oficiais do Teatro Nacional 21, nas redes sociais.

Rita Blanco, Bruno Nogueira, Albano Jerónimo, Mariana Monteiro, Isabel Abreu, Luísa Cruz, Ana Busttorf, Virgílio Castelo, Custódia Gallego, Emília Silvestre, João Reis, Miguel Raposo, Anabela Moreira, António Durães, António Parra, Maria Leite, Guilherme Moura contam-se entre os 21 atores que leem os textos.

Na noite de sexta-feira, pelas 21:00, para fechar a efeméride, será apresentado, em NETeatro – “designação que já há muito se previa, mas agora parece ter ganho contornos reais” -, o texto “Veneno”, de Cláudia Lucas Chéu.

O texto foi reformulado para esta versão “doméstica” em ‘streaming’, e será interpretado por Albano Jerónimo, na sua própria sala de jantar, em direto para as plataformas.

O Teatro Nacional 21 adianta que se trata de um monólogo que lhe pareceu “pertinente, dadas as circunstâncias de isolamento do personagem do texto, do ator que o interpreta e, muito provavelmente, de uma maioria que irá assistir”.

“Veneno”, que já correu o país em digressão, vê-se, assim reformulado de forma precária, mas tentará manter as qualidades do original — violento e perturbador”, refere uma nota da estrutura teatral.

Também a Companhia Mascarenhas-Martins, com sede no Montijo, assinala a efeméride com uma iniciativa virtual face à impossibilidade de ler a mensagem no Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida, no Montijo.

A companhia dirigida por Maria Mascarenhas e Levi Martins lança, na sexta-feira, um episódio do ‘podcast’ “O Lugar da Mediação”, com João Brites, numa parceria com a Mapa das Ideias, enquanto o texto “Há Dois Anos que Eu Não Como Pargo”, de Miguel Branco, cujo espetáculo foi suspenso de cena devido ao Covid-19, vai ficar disponível para leitura.

Enquanto durar o isolamento, vai ficar também ‘online’ o documentário “Cortar a Rua para Abrir Caminho”, com realização de Levi Martins.

Os espetáculos podem ser vistos no canal de Youtube da Companhia Mascarenhas-Martins, que divulgará os ‘links’ para os diferentes materiais nas redes sociais Facebook e Instagram, assim como na página da companhia na Internet.

A assinalar a efeméride, o Teatro Experimental de Cascais (TEC) vai disponibilizar igualmente espetáculos seus, começando por “Auto da Índia”, de Gil Vicente.

Esta peça, com encenação de Carlos Avilez e cenografia de Júlio Resende, pode ser vista na sexta-feira, entre as 21h30 e as 23h00, em https://youtu.be/LmHt4vzpMl8.

Além disso, neste tempo de quarentena e estado de emergência, o TEC tem já programadas mais oito sessões de teatro até 18 de maio, sempre à segunda-feira.

Todos os anos, o TEC estreia uma produção no Dia Mundial do Teatro, este ano suspensa devido ao Covid-19.

Logo que possível, a companhia dirigida por Carlos Avilez estreará “Bruscamente no Verão Passado”, de Tennessee Williams, encenada pelo diretor da companhia.

“O Comboio da Madrugada”, deste dramaturgo norte-americano, “As you lite it” e “Macbeth”, de Shakespeare, “A Cozinha”, de Arnold Wesker, “Auto do Solstício de Inverno”, de Natália Correia, “Deserto, Deserto”, de Jean-Pierre Renault, “D. Carlos”, de Teixeira de Pascoaes, e “Woyzeck”, de Georg Büchner, são as restantes peças que o TEC transmitirá naquele seu canal do Youtube.