“A Cuf está disponível desde o primeiro minuto para, em colaboração com o Ministério da Saúde, servir as necessidades da população portuguesa”, disse esta segunda-feira Salvador de Mello, CEO da José de Mello Saúde que detém as unidades da rede Cuf, à Rádio Observador.
Sobre a proposta do Bloco de Esquerda de uma requisição dos hospitais privados, disse que não vê necessidade: “Este não é o tempo da ideologia, mas para estarmos todos unidos”.
A respetiva rede foi reorganizada de forma a que dois hospitais — Cuf Infante Santo e Cuf Porto — estivessem operacionais para dar resposta à Covid-19. Além disso, há sete hospitais e 20 clínicas “prontas para responder às necessidades não Covid-19 da população”, garantiu. Salvador de Mello referiu-se às cirurgias e aos exames que foram cancelados, bem como aos diagnósticos que ficaram por realizar, tendo em conta “o esforço nacional de contribuição para a contenção da pandemia”. “Penso que o cancelamento foi generalizado no país. Não tem que ver com a Cuf. O próprio ministério da Saúde cancelou toda a atividade que não era urgente.”
Este domingo, 5 de abril, Marta Temido, ministra da Saúde, revelou numa entrevista à RTP que já aprovou as minutas para os contratos que serão assinados com entidades do setor privado em caso de necessidade de reforço do SNS. Serão contratos destinados a apoiar em dois tipos de resposta. Por um lado, para acolher doentes com Covid-19, nomeadamente doentes “em estado grave que precisem de cuidados críticos e ventiladores”; por outro lado, para receber doentes com outras patologias de modo a libertar espaço nos hospitais do SNS.
Questionado sobre uma eventual falta de material de proteção, Salvador de Mello assegurou que todas as medidas de segurança foram tomadas e que existe todo o material “necessário para evitar o contágio”, referindo-se ainda a um reforço dessa mesma capacidade. “Há um enorme recurso a máscaras e a equipamentos de proteção, mas tem havido um enorme esforço, também aqui coletivo, de reforço de equipamentos — eles estão a chegar ao sistema como um todo. É importante que cheguem, mas não temos falta de material.”
O CEO da José de Mello Saúde afirmou ainda que a rede que gere disponibilizou 50 ventiladores aos SNS e assegurou que existe “capacidade interna de ventilação” nas duas unidades da rede Cuf preparadas para acolher doentes Covid-19. “Temos 140 camas dedicadas à Covid-19 e a correspondente capacidade de ventilação dos doentes internados.”
Revelou ainda que já tem profissionais de saúde infetados nos seus hospitais. E que usa máscara quando sai de casa e quando vai “à linha da frente” num dos hospitais.