“O clube de futebol como Estado Soberano”, diz o título. “Juízes, procuradores e até o primeiro-ministro de Portugal são apoiantes do Benfica. Mas o que acontece quando esses fãs podem presidir casos que afetam os interesses do clube?”, acrescenta o lead. O The New York Times não tem propriamente o hábito de escrever textos mais extensos com uma perspetiva mais “política” do desporto, muito menos quando se trata de um clube europeu. Aconteceu mais uma vez com os encarnados. E as reações também não demoraram a chegar.

Num artigo assinado por Tariq Panja, jornalista que já tinha acompanhado as polémicas ligadas ao Football Leaks e o caso dos emails em Portugal bem como a batalha jurídica que se seguiu pelo acesso e divulgação ilegítima de correspondência privada de vários responsáveis das águias, são citadas declarações de Francisco Teixeira da Mota, advogado de Rui Pinto, Ana Gomes, antiga eurodeputada, e Mário Figueiredo, ex-presidente da Liga, para fazer uma espécie de resumo de todos os passos do processo que envolveu o hacker português. “As pessoas do Benfica nunca tiveram ou sugeriram atos que não fossem perfeitamente legais”, respondeu um porta-voz do Benfica.

Tudo para chegar à parte de Paulo Registo, juiz que foi sorteado (num sorteio eletrónico e público) para liderar o coletivo de juízes que tinha ainda Ana Paula Conceição e Helena Leitão e que iria julgar o caso de Rui Pinto e que acabou por pedir esta semana para ser afastado depois das notícias que foram saindo e que davam conta da ligação ao Benfica, através de várias publicações nas redes sociais, podendo dessa forma colocar em causa a imparcialidade no caso. O The New York Times conta ainda que Registo tentou apagar essas mesmas publicações nas redes sociais mas que as mesmas já tinham entretanto chegado à imprensa nacional (sobretudo desportiva).

O artigo original teve entretanto o acrescento da reação do Benfica, que através de um email destacou que o clube ou qualquer responsável em seu nome nunca cometeu ou sugeriu atos que não fossem legais, acrescentando ainda que esse tipo de acusações ao clube é motivada pela inveja que existe pelo sucesso do clube nos últimos anos e fala mesmo em teorias da conspiração que são “são o alimento diário da internet, das redes sociais e, infelizmente, até de jornais confiáveis e reputados”, como cita o jornal Record.

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Também Francisco J. Marques, diretor de informação e comunicação do FC Porto, aproveitou o artigo para deixar mais uma “farpa” ao rival encarnado. “Mais um título internacional. Eis como o benfiquistão é visto pelo melhor jornal do mundo. Com tentáculos, claro”, escreveu o responsável na sua conta oficial do Twitter.