A Liga de Clubes fixou o dia 4 de junho como data para o regresso da Primeira Liga e esteve entretanto a validar a hipótese com as 18 equipas da competição na tarde desta terça-feira. A hipótese entronca naquilo que já tinha sido gizado na forma de draft para a primeira jornada pós-pandemia: apesar do anúncio de António Costa ter o último fim de semana de maio como janela temporal para o futebol voltar, o organismo que tutela a prova já previa antes que essa 25.ª ronda se disputasse entre 1 a 6 de junho, o que será então uma realidade.
“Ao longo dos últimos dias, as várias entidades têm levado a cabo sucessivas reuniões de alinhamento para que a retoma possa acontecer em segurança e com todas as medidas de proteção que mitiguem os riscos do regresso à atividade, seguindo-se uma fase de vistorias para apuramento dos estádios que efetivamente cumprem os requisitos definidos naquele parecer técnico. Antecipa-se que este trabalho conjunto da DGS, da FPF e da Liga Portugal sirva de modelo para a retoma de outras atividades económicas, pretendendo-se que esta competição profissional forneça um exemplo das boas práticas que esta pandemia nos impõe”, referiu em comunicado.
“Por forma a garantir que são rigorosamente vistoriados os estádios e realizados os testes médicos a todos os profissionais envolvidos nos jogos e na respetiva organização, está apontada a data de 4 de junho de 2020 para o primeiro jogo da 25.ª jornada da Liga NOS”, acrescentou na missiva revelada ao final da tarde.
Assim, confirmando-se o 4 de junho como primeiro dia para o arranque da 25.ª jornada (que pode ser cumprida até sábado, dia 6 e 7), tudo aponta para que o Campeonato possa ter as últimas dez rondas disputadas num lapso de sete a oito semanas, incluindo duas jornadas que serão jogadas a meio da semana: uma no feriado de 10 de junho – data referência, que pode ser antecipada/adiada pelos compromissos televisivos – e outra a meio da última semana de junho. Ou seja, seis jornadas seriam jogadas em junho, quatro já em julho. Existe um outro cenário de puxar uma dessas rondas a meio da semana para julho, evitando o sobrecarregar do calendário.
Tudo dependerá ainda de duas condições: a aceitação dos clubes e a evolução da própria pandemia, em termos de controlo no futebol e no próprio país. Se tudo decorrer dentro da “normalidade” (possível, neste caso), a final da Taça de Portugal poderia ser jogada no último fim de semana de julho, a 25 ou 26. Já o Campeonato teria a 34.ª e última jornada até ao dia 19 de julho, sendo que o calendário definitivo dessa ronda, por exemplo, só poderá ser desenhado quando se souber quem está na luta pelo título, pelos lugares europeus e pela permanência. Se não fora possível cumprir essa data referência, a final da Taça que encerra a época avança também uma semana.
Depois, falta ainda saber onde serão disputados os jogos (todos à porta fechada). Com o parecer da DGS para ter o mínimo de recintos possível para a realização dos 90 encontros, a hipótese de haver três grandes polos (Lisboa, Porto e Minho) ganhou ainda mais força mas não ficará cingida a estádios do Euro-2004: o Santa Clara anunciou esta terça-feira que fará os seus compromissos como “visitado” na Cidade do Futebol, em Oeiras.
“Tendo em consideração os tempos excecionais que vivemos, a necessidade de salvaguarda da saúde pública dos açorianos e açorianas e de todo o povo português em geral e a incerteza quanto à manutenção das quarentenas obrigatórias na Região Autónoma dos Açores, a Santa Clara Açores, Futebol S.A.D em sequência das normas impostas pelo protocolo emitido pela DGS no passado dia 10 de maio, informa que, em devida articulação com a Liga Portugal, irá realizar os jogos em falta referentes à Liga NOS, na condição de visitado nas instalações da Cidade do Futebol, a qual funcionará como centro de estágio até ao final da presente temporada”, anunciou o clube insular, que agradeceu também a “disponibilidade, eficiência e solidariedade” da Federação.