O Governo estima que a produção de hidrogénio em Portugal traga ao país investimentos que rondam os 7.000 milhões de euros até 2030 e uma redução das importações de gás natural na ordem dos 300 a 600 milhões de euros. Em Conselho de Ministros, o Governo fixou ainda novas metas ambientais — como a redução entre 45% e 55% das emissões de gases com efeito de estufa no horizonte de 2030.
Esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, foram aprovados o Plano Nacional Energia e Clima 2021-2030 (PNEC 2030) e a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2). O primeiro documento “estabelece os objetivos da política climática e energética nacional” e prevê metas como a incorporação de 47% de fontes renováveis no consumo final de energia, até 2030, a redução em 35% do consumo de energia primária e uma diminuição de emissões de gases com efeito de estufa entre 45% e 55%.
Já a Estratégia Nacional para o Hidrogénio pretende introduzir gradualmente o hidrogénio “enquanto pilar sustentável e integrado numa estratégia mais abrangente de transição para uma economia descarbonizada” e facilitar o cumprimento das metas do PNEC 2030. Esta estratégia deverá traduzir para o país um investimento de 7 mil milhões de euros até 2030, sendo que “85% desse dinheiro” terá origem privada, disse o ministro dos Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, na conferência de imprensa do Conselho de Ministros.
Em comunicado, o ministério refere ainda que a EN-H2 prevê a produção de hidrogénio verde em Sines, num projeto que “representará um investimento base superior a 2,85 mil milhões de euros, e está focado em alavancar a energia solar, mas também eólica, enquanto fatores de competitividade”. O Governo espera que o baixo preço da eletricidade produzida por via solar, depois do leilão realizado o ano passado, torne competitiva a unidade de hidrogénio verde.
Em Sines será instalada “uma unidade industrial com uma capacidade total em eletrolisadores de, pelo menos, 1 GW até 2030, que permita posicionar Sines, e Portugal, como um importante hub de hidrogénio verde”. Segundo já tinha adiantado o secretário de Estado da Energia, João Galamba, este projeto vai permitir criar mais de mil postos de trabalho até 2030.
A Estratégia Nacional para o Hidrogénio ficará ainda em consulta pública.