O Collision, evento irmão da Web Summit no Canadá, que este ano vai decorrer completamente online entre 23 e 25 de junho, é agora o foco da organização da conferência tecnológica que, desde 2016, decorre em Lisboa. Como explicou ao Observador António Neves Costa, responsável de comunicação da Web Summit, o Collision “vai ser um bocadinho um teste” para perceber como decorre a transmissão online e como o software funciona.

Sobre o que poderá acontecer naquela que é a maior conferência de empreendedorismo e tecnologia na Europa e que decorre em Lisboa, em novembro, para já, ainda nada está decidido, mas “é sempre um dos cenários a Web Summit ser completamente online”.

Líder da OMS vai ser um dos oradores online do Collision, evento irmão da Web Summit

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Como serão os próximos episódios da pandemia de Covid-19 é uma previsão que nem Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) e que vai ser orador no Collision, consegue antecipar. Contudo, há outros eventos tecnológicos europeus, como a IFA, a maior feira de eletrónica de consumo do mundo (que recebe mais de 200 mil visitantes), que já anunciaram novos moldes para a próxima edição — vai realizar quatro mini-conferências com uma lotação máxima de mil pessoas cada. Como justificação, Jens Heithecker, diretor executivo do evento, diz: “Embora os eventos virtuais sejam úteis, eles estão a perder o imediatismo, a experiência prática e as conexões humanas que tornam eventos como a IFA Berlim tão incrivelmente úteis”.

Maior feira de eletrónica de consumo vai decorrer sob um “conceito inovador” num “tempo sem precedentes”

Em relação à Web Summit, António Neves da Costa diz que, “para já”, a organização liderada por Paddy Cosgrave não está a olhar para o exemplo da IFA. “Cada evento é bastante peculiar e uma coisa da qual nos orgulhamos é de sermos  diferentes dos outros, não temos a ideia de replicar eventos”. Além disso, o responsável afirma que a Web Summit tem uma arma que pode colmatar lacunas: a app do evento.

A Web Summit, sendo um evento tecnológico, garante aos participantes o acesso a uma aplicação móvel própria. Além de servir como guia para as várias conferências, esta app é uma autêntica plataforma social, permitindo a interação entre os participantes. “Acreditamos que o futuro dos eventos tem de garantir a interação do participantes e o networking. Só ter conferências online tem mérito limitado”, explica.

Vários eventos foram sendo cancelados. Também pensámos [nisso], vimos que há um espaço a ser descoberto e achamos que é possível replicar os grandes benefícios dos nossos eventos e a qualidade dos nossos eventos. Temos uma aplicação que nos permite manter essa qualidade. Vamos ver com corre”, explica António Neves Costa.

Por isso, apesar de nada ainda estar decidido, a Web Summit põe tudo em cima da mesa. “O Collision vai ser a experiência” para ver como decorre esta edição inteiramente online e é “o foco” agora. Mesmo assim, a organização assume que está a ter “conversas regulares com o Governo e a Câmara Municipal de Lisboa” e que o trabalho no final do Collision vai ser o de começar a definir o que vai acontecer na Web Summit.

Web Summit não só não despede, como está a contratar

A 15 de maio a Web Summit anunciou via Twitter que estava a contratar. “Sofremos como todas as organizações mas conseguimos resistir”, diz António Neves da Costa. A maioria destas vagas são para Dublin, onde a organização tem a maioria da equipa (cerca de 200 pessoas). Contudo, há também posições para Lisboa e para o Porto.

Desde o início da pandemia, António Neves da Costa garante que a Web Summit não despediu ninguém e que o cenário tem sido de perseverança face às dificuldades que esta situação criou. Para o futuro, a organização deste evento que tem contrato para continuar a realizar-se em Lisboa nos próximos 10 anos, tem expectativas que muitos vão seguir os formatos que vão criar devido a esta nova realidade.