A Assembleia Nacional de Angola aprovou esta sexta-feira, na generalidade, a proposta de lei que aprova o Código de Imposto sobre os Veículos Motorizados, que alarga a tributação a embarcações e aeronaves de uso particular.
Segundo a ministra das Finanças, Vera Daves, a proposta do diploma, aprovado com 167 votos a favor, um contra e sete abstenções, insere-se no objetivo de alargamento da base tributária e justa distribuição da carga fiscal, bem como a potenciação das receitas tributárias não petrolíferas.
Vera Daves disse, na apresentação da proposta, que a mesma vai facilitar a gestão diária do imposto, adequando os processos e procedimentos do Sistema Integrado de Gestão Tributária, e permitir a modernização dos serviços prestados aos contribuintes.
A titular da pasta das Finanças de Angola avançou como principais alterações, a tributação de embarcações e aeronaves privadas, com a particularidade de redução em 50% para as que exerçam a atividade comercial.
“De modo que a taxa vai ser 100% para embarcações e aeronaves de uso particular, privado, e tratando-se de uso comercial essa taxa vai ser reduzida em 50%”, explicou Vera Daves, informando que para os veículos destinados à agricultura a taxa também é reduzida para metade.
Para ambulâncias e veículos adaptados a pessoas portadoras de deficiência, prosseguiu a ministra, está prevista a isenção no pagamento de taxas.
“Estamos a propor tributar veículos atribuídos a agentes administrativos para uso pessoal, não protocolado, estamos a propor também proceder a gestão do imposto através do Sistema Integrado de Gestão Tributária”, afirmou.
A governante angolana frisou que a gestão do imposto através do Sistema Integrado de Gestão Tributária vai diminuir os atuais desperdícios financeiros e materiais.
“Temos atualmente uma elevada carga de uso de papel, de impressão de selos, que nunca é nas quantidades certas”, referiu a ministra, pelo que, acrescentou, usando a via eletrónica “esse serviço será prestado com alguma qualidade”.
De acordo com Vera Daves, o que se arrecada, em termos históricos, com esta taxa que agora se propõe transformar em imposto, “é incomparavelmente inferior ao número de veículos que circulam”.
Nas respostas aos deputados, a titular da pasta das Finanças salientou que, do dinheiro que se tem arrecadado com a cobrança da taxa de circulação e se pretende elevar a imposto, “os dados históricos indicam que têm sido arrecadados por ano cinco mil milhões de kwanzas (7,8 milhões de euros)”.
“Cinco mil milhões de kwanzas – são contas simples – para o país todo, é muito pouco para o desafio que temos de manutenção e reabilitação de estradas”, referiu a ministra, realçando que “concorrem para esse exercício receitas advenientes de outras categorias de imposto”.
Relativamente ao imposto sobre as motorizadas usadas para o transporte de passageiros, denominadas, em Angola, por “kupapatas”, a ministra frisou que vai se manter a taxa anual entre os 1.000 kwanzas (1,6 euros) e 2.480 kwanzas (3,8 euros).