A plataforma MESA/Zero pela eliminação do amianto nas escolas pediu esta segunda-feira a divulgação urgente da lista de edifícios com aquele material cancerígeno e o calendário para a operação de limpeza anunciado pelo primeiro-ministro.
Em comunicado, o Movimento Escolas Sem Amianto e a associação ambientalista Zero saudaram o anúncio feito na quinta-feira por António Costa, quando anunciou na Comissão Política do PS “uma grande operação de eliminação do amianto nas escolas”, agora que parte dos estabelecimentos de ensino estão fechados por causa da pandemia.
Essa era a pretensão das duas organizações, que já tinham pedido há um mês que se aproveitasse o período de encerramento de aulas presenciais para acabar totalmente com o amianto nos edifícios das escolas públicas.
O coordenador do MESA, André Julião, considerou em comunicado que “é salutar” a intenção manifestada pelo primeiro-ministro ao anunciar a medida, mas salientou que é preciso “divulgar a lista atualizada de escolas com amianto, a sua classificação por prioridades e o calendário de obras de remoção, com datas de início e conclusão”.
A arquiteta da Zero Íris Madeira afirmou que “não faz sentido que se continue a falar deste tema e que não exista uma listagem de edifícios com amianto”. Acrescentou que “a própria comunidade escolar tem o direito de saber que escolas constam ou não do levantamento feito”, que poderá ter “erros graves e prejudiciais” para as crianças e trabalhadores das escolas.
Cancerígeno quando inalado, o amianto é uma fibra natural presente em diversos materiais de construção usados em coberturas e também dentro das salas de aula.
Pavimentos, placas de teto falso, produtos e materiais de revestimento e enchimento, portas corta-fogo, paredes divisórias prefabricadas, tijolos refratários ou pinturas texturizadas são alguns dos exemplos onde se podem encontrar esta substância, que está proibida há cerca de 15 anos.