Uma exposição e performances da artista Susana Mendes Silva, inspiradas na obra da escritora portuguesa Judith Teixeira (1880-1959), vão ser apresentadas a partir de 10 de junho no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa.
“Como silenciar uma poeta” é o título da mostra inspirada em Judith Teixeira, cujo livro “Decadência” foi apreendido e queimado em 1923, no Convento de São Francisco, nas antigas instalações do Governo Civil de Lisboa com entrada pela Rua Capelo, hoje parte integrante do museu.
A exposição surge inserida no programa “As coisas fundadas no silêncio”, iniciado com um ciclo de conferências, no início de março, na Culturgest, depois suspenso, e transferido, em parte, para o formato digital.
Contactada pela Lusa, fonte da organização do programa indicou que a exposição irá reunir projeção de vídeo, projeção de slides, áudio, um poster e um objeto escultórico.
A exposição integra também duas performances, com data ainda a anunciar, intituladas “Tradução #1”, com Alda Calvo, e “Tradução #2”, com Patrícia Carmo, que se debruçam sobre a tradução de um poema de Judith Teixeira para as outras duas línguas oficiais portuguesas: a Língua Gestual Portuguesa e o Mirandês.
“Tradução #1” decorrerá na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, e “Tradução #2”, nas instalações dos Estúdios Victor Córdon.
Acontecerá ainda, no museu, uma leitura performativa da conferência “De mim”, que a poeta e novelista Judith Teixeira publicou em 1926.
Susana Mendes Silva, nascida em Lisboa, em 1972, é artista plástica e performer, e o seu trabalho integra uma componente de investigação e de prática arquivística.
Nas obras que produz surgem referências históricas e políticas, e o seu universo contempla e reconfigura contextos sociais diversos mas tendo em conta a singularidade do indivíduo, de acordo com os dados biográficos da artista.
Estudou Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e frequentou o programa de doutoramento em Artes Visuais no Goldsmiths College, Londres, tendo sido bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian.
É doutorada em Arte Contemporânea, pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, com a tese baseada na sua prática performativa.
É professora auxiliar na Universidade de Évora no curso de Arquitetura Paisagista.
A exposição “Como silenciar uma poeta” vai estar patente na Sala Sonae do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado até ao dia 30 de agosto, com entrada livre.
Na sequência do progressivo desconfinamento estabelecido pelo Governo no combate à pandemia Covid-19, os museus e monumentos nacionais reabriram ao público a 18 de maio, exigem o uso obrigatório de máscara aos visitantes, desinfeção das mãos, e funcionam com limitação das entradas.