José Fernando Rio, candidato à presidência do FC Porto, quer que o clube “tenha um futuro compatível com a sua grandeza” e, por isso, decidiu candidatar-se à liderança dos dragões, naquele que considera ser o “pior momento do clube”.

Aos 52 anos, o candidato da Lista C revelou, em entrevista à agência Lusa, “uma profunda desilusão pelos últimos quatro anos de direção de Pinto da Costa”, salientando a “situação caótica” que o clube apresenta em termos financeiros.

O momento que o FC Porto vive é muito complicado, tanto em termos financeiros como desportivos. Os últimos quatro anos desta direção não correram da melhor forma, arrastaram o clube para uma situação bastante problemática e é preciso surgir alguém com ideias novas, sangue novo, para levar a cabo uma reestruturação total do que se passa no clube e dentro da SAD do futebol. Acho que tenho a capacidade interior de levar a cabo estas reformas que são necessárias implementar e acho que a atual direção já não tem capacidade”, referiu José Fernando Rio, esclarecendo o porquê de se considerar a melhor opção para a liderança.

Ainda assim, e segundo relata, ser candidato à presidência do FC Porto não era algo pensasse fazer, mas, a situação do clube, levou-o a avançar. “Para qualquer portista é o sonho de uma vida ser presidente do clube. Eu não tinha esse sonho no meu íntimo, mas fui analisando o andamento da vida do clube, e chegou uma altura em que olhei para o campo e aqueles candidatos de que se falava que poderiam avançar acabaram por não avançar”, explicou o candidato, que garante que “a grandeza do FC Porto está em perigo, posta em causa pela atual direção”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sobre os erros cometidos até agora, José Fernando Rio não tem dificuldade em identificá-los e classificá-los, mostrando-se ciente da situação que vai encontrar em caso de eleição.

Desde logo, aponto os resultados financeiros desastrosos que levam o clube e a SAD para uma situação de falência técnica. O FC Porto tem um passivo de 440 milhões de euros, no último semestre apresentou 52 milhões de euros de prejuízo, portanto é uma situação muito complicada que só com sangue novo, sangue renovado e uma equipa motivada e preparada para enfrentar esses desafios, é que se vai poder dar a volta ao clube”, frisou.

A lista de propostas para ajudar o FC Porto é vasta, mas José Fernando Rio salientou sobretudo “o reforço da competitividade da equipa de futebol, o reforço da formação, a construção de uma Academia e uma forte aposta nas modalidades”. Estas são as principais bandeiras do programa eleitoral.

Para devolver a saúde financeira da SAD, o candidato à liderança portista defende que é necessário percorrer “um caminho, mas tem de ser de forma faseada”. “Há medidas de curto prazo e medidas de médio/longo prazo que se podem tomar. E isso é outra coisa que critico nesta direção, não tem um plano. Ninguém sabe para onde vai o clube nem a SAD. A SAD ainda se sabe, vai a caminho do precipício e é preciso travar isso rapidamente”, referiu ainda.

Para isso, defende que é necessário cortar “nos salários da administração, nos salários dos jogadores, nos fornecimentos e nos serviços externos”. Além disso, acredita na necessidade de “arranjar novas receitas”.

“O FC Porto pode fazer um processo de refiliação. É incrível o número de sócios que deixaram de o ser. Na minha recolha de assinaturas para me poder apresentar como candidato contactei com centenas de pessoas e muitas delas que eram sócias, mas deixaram de ser. Isto não vai trazer uma fortuna ao clube, mas é a partir daí que podemos trabalhar. Com quantos mais sócios podemos negociar patrocínios”, explicou ainda, referindo também as hipóteses de “‘sponsorização’ do estádio, e do ‘naming’ do Dragão Arena”.

As eleições no FC Porto acontecem nos próximos dias 6 e 7 de junho e tem 4 listas que vão a votos — a lista A, encabeçada por Jorge Nuno Pinto da Costa, a lista B, liderada por Nuno Lobo, a lista C, de José Fernando Rio, e a lista D que concorre apenas para o Conselho Superior e é liderada por Miguel Brás da Cunha.