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Esgaio fez o xeque, Sp. Braga consentiu o mate e o fim da via sacra de Rolando foi tudo menos Bueno

Este artigo tem mais de 3 anos

Boavista não perdeu organização, bloqueou Sp. Braga e beneficiou de um penálti de Esgaio para vencer na Pedreira no regresso de Rolando aos relvados 491 dias depois. Minhotos alcançados pelo Sporting.

Fransérgio consola Ricardo Esgaio no final do jogo: lateral cometeu grande penalidade que deu vitória ao Boavista
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Fransérgio consola Ricardo Esgaio no final do jogo: lateral cometeu grande penalidade que deu vitória ao Boavista

Gonçalo Delgado

Fransérgio consola Ricardo Esgaio no final do jogo: lateral cometeu grande penalidade que deu vitória ao Boavista

Gonçalo Delgado

Não é um jogo entre “grandes”, não se trata também de um dérbi mas ganhou com o passar dos anos a simpática chancela de clássico entre a única equipa capaz de ganhar um título desde os anos 40 entre o domínio de Benfica, FC Porto e Sporting e a atual equipa disposta a intrometer-se de forma afirmativa num reinado restrito a águias e dragões nos últimos 18 anos (e que disputou o título de 2009/10 até à última jornada). Sp. Braga e Boavista têm hoje realidades, percursos e ambições diferentes mas há jogos, mesmo realizados sem a indispensável presença de público, que valem sempre mais do que três pontos. Esta noite disputava-se um desses exemplos.

O sonho de Trincão e a crença da equipa coragem – que acabou a agradecer via Zoom (a crónica do Santa Clara-Sp. Braga)

Um dia o Boavista já foi mais forte. Em 111 encontros realizados até este sábado entre os dois clubes, as panteras venceram 47 vezes e os minhotos ganharam em 40 ocasiões. No entanto, os tempos foram mudando e é preciso recuar a 2002 para se encontrar a última vitória dos axadrezados na condição de visitantes para o Campeonato, quando Duda e Artur Jorge (na própria baliza) fizeram os golos do triunfo da formação que ostentava nessa altura o escudo de campeã. Daí para cá, os arsenalistas venceram sete vezes e registaram-se ainda quatro empates, sendo que quase todos foram na Pedreira e não no velhinho 1.º de Maio. Esse era o desafio do Boavista.

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“Temos a lição bem estudada, sabemos bem o que nos espera. Não nos vamos esconder do jogo nem vamos fugir às nossas responsabilidades”, garantia o técnico Daniel Ramos, satisfeito pelos indicadores “muito positivos” que a equipa deixou frente ao Moreirense apesar da derrota e tratando a deslocação a Braga por várias vezes ao longo da conferência de imprensa como “um teste”. Do outro lado, também Custódio, o treinador de 37 anos que tem apenas o nível 1 e que nas últimas épocas tinha sido adjunto dos juvenis antes de passar a número 1 do escalão, tinha o seu teste. Mais um. E que enfrentava recuperando uma velha máxima que ficou consagrada pelo técnico da NBA Phil Jackson, que foi seis vezes campeão pelos Chicago Bulls de Michael Jordan e companhia.

O Manuel merecia que desatassem o nó do Laço (a crónica do Boavista-Moreirense)

“É um facto que temos de ser mais fortes no momento decisivo. Toda a gente sabe que os ataques ganham jogos e as grandes defesas ganham campeonatos. Mas isso é um problema da equipa e não só da defesa, é o coletivo que tem de resolver”, recordou no lançamento do encontro o antigo médio de V. Guimarães, Sporting, Sp. Braga ou Dínamo de Moscovo, prosseguindo: “Sabemos o que queremos deste encontro, que é controlar o jogo com bola, mas nem sempre acontece. No último jogo, em 35% do tempo não tivemos a bola e temos de ser muito mais competentes e agressivos nesse momento mas isso é um problema geral da equipa que será resolvido”.

Com Rolando a superar uma via sacra sem jogos e a voltar aos relvados 491 dias depois, o Sp. Braga mostrou menos lacunas em termos de organização defensiva mas falhou a muitos outros níveis, quer no plano coletivo na forma como não conseguiu criar grandes oportunidades de golo junto da baliza de Helton Leite, quero no plano individual com erros que penalizaram em demasia a equipa (com a grande penalidade cometida por Ricardo Esgaio e bem transformada por Bueno). Com isso, o Boavista fez história, ganhando pela primeira na Pedreira, galgando aos lugares na classificação e deixando em aberto a corrida pelo terceiro lugar da Primeira Liga.

Ficha de jogo

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Sp. Braga-Boavista, 0-1

26.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Braga

Árbitro: Luís Godinho (AF Évora)

Sp. Braga: Matheus; Rolando (Wilson Eduardo, 82′), Bruno Viana, David Carmo; Ricardo Esgaio, André Horta (João Novais, 82′), Fransérgio, Sequeira (Galeno, 71′); Trincão, Ricardo Horta (Rui Fonte, 71′) e Paulinho

Suplentes não utilizados: Tiago Sá, Bruno Wilson, Diogo Viana, João Palhinha e Pedro Amador

Treinador: Custódio

Boavista: Helton Leite; Carraça, Neris, Ricardo Costa, Gustavo Dulanto, Marlon; Idris, Sauer (Obiora, 84′), Paulinho (Heriberto, 90+2′); Bueno (Fernando Cardozo, 75′) e Cassiano (Yusupha, 84′)

Suplentes não utilizados: Bracali, Lucas Tagliapietra, Reisinho, Tomás Reymão e Mateus

Treinador: Daniel Ramos

Golo: Bueno (57′, g.p.)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Paulinho (33′), Gustavo Dulanto (48′), Ricardo Esgaio (56′), Neris (63′) e Fransérgio (79′)

O Sp. Braga até começou por cumprir aquilo que Custódio pedira mas bastou um erro de posicionamento numa transição defensiva para o Boavista criar a melhor oportunidade do primeiro tempo a abrir: Sauer, que tinha sido o melhor dos axadrezados frente ao Moreirense, ganhou espaço na direita, cruzou atrasado e Bueno, na passada, atirou para grande defesa de Matheus para canto (6′). No entanto, a ameaça não teria continuidade e seriam os minhotos a assumirem as despesas do jogo, ficando também perto do golo inaugural num remate de Sequeira, o jogador que mais sobe de rendimento neste esquema de 3x4x3 deixado por Rúben Amorim (15′), e numa jogada ofensiva onde Trincão ganhou a profundidade, assistiu Ricardo Horta mas o remate saiu torto (16′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Sp. Braga-Boavista em vídeo]

Ainda assim, o jogo teve poucos motivos de interesse. O Boavista ainda conseguiu mais uma ameaça (quase de forma inadvertida) à baliza de Matheus na sequência de um cruzamento em arco de Carraça que saiu mais longo e quase enganou o brasileiro (42′) mas o grande mérito dos axadrezados acabou por ser a forma como condicionaram a construção do Sp. Braga, com poucas ideias e dependente ou da criatividade de Trincão ou das subidas pelo flanco esquerdo de Sequeira. Paulinho, nos descontos antes do intervalo, concluiu a única jogada coletiva que chegou a oportunidade, rematando de primeira após passe de Ricardo Hora para defesa de Helton.

Mesmo sem substituições, o segundo tempo começou com o Sp. Braga a conseguiu uma maior presença no meio-campo adversário e mais capacidade para explorar os corredores laterais para criar desequilíbrios. Sequeira, num livre lateral, obrigou Helton Leite a uma intervenção mais apertada mas parecia haver outra predisposição por parte da equipa de Custódio, que acabou por tropeçar em mais um erro individual que penalizou e muito o coletivo: Ricardo Esgaio recebeu na área, deixou-se antecipar por Cassiano e atingiu o avançado, numa grande penalidade clara que Bueno, chamado à conversão, não perdoou e inaugurou o marcador (57′).

Custódio ainda lançou em campo Galeno, João Novais, Rui Fonte e Wilson Eduardo mas, em desvantagem, o único lance de perigo junto da baliza de Helto Leite acabou por ser um remate de Ricardo Horta de meia distância que passou ao lado. Por demérito pela forma como tentou mais com o coração do que com a cabeça e por mérito do Boavista na organização defensiva a tapar por completo o corredor central, secando a construção dos arsenalistas, o Sp. Braga não mais conseguiu inverter um resultado que deixa o Sporting colado no terceiro lugar aos minhotos e até foi Carraça, desta vez com clara intenção, a conseguiu o remate com mais perigo (67′).

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