O número de infetados com Covid-19 relacionados com uma festa ilegal em Lagos subiu para 90, casos que são maioritariamente de residentes no concelho, disse esta sexta-feira a delegada regional de saúde do Algarve.
Em conferência de imprensa para fazer o balanço dos números da Covid-19 no Algarve, Ana Cristina Guerreiro adiantou que “até às 00h de ontem [quinta-feira]” havia “76 casos”, mas entretanto, o número subiu para 90, sendo ainda aguardados os resultados dos testes feitos esta sexta-feira.
“Apenas duas [pessoas] se mantêm internadas porque o seu estado de saúde merece alguma atenção”, afirmou aquela responsável, acrescentando que há 345 pessoas em isolamento no domicílio para evitar novas cadeias de transmissão.
Segundo Ana Cristina Guerreiro, até ao momento “foram realizados 1.222 testes” em Lagos, numa média de 250 por dia, que número que espera que diminua esta sexta-feira, “com alguns a realizar-se ainda durante o fim de semana”.
A maioria dos casos positivos referem-se a pessoas residentes em Lagos, sendo que “nem todos estiverem na festa”, havendo já casos em familiares, sublinhou.
A principal estratégia das autoridades é a “identificação das pessoas que participaram na festa e os respetivos contactos”, com encaminhamento para testagem, não se prevendo, para já, “qualquer medida mais gravosa”.
O foco de contágio teve origem numa festa de caráter ilegal ocorrida em 7 de junho, no salão de festas do clube desportivo de Odiáxere, em Lagos, alegadamente para festejar um aniversário.
Na festa participaram pessoas de diferentes concelhos e de várias nacionalidades, havendo infetados entre pessoas da mesma família, incluindo crianças e, também, entre colegas de trabalho.
O surto originado por aquela festa já provocou a suspensão de visitas aos utentes em 24 equipamentos sociais do barlavento (oeste) algarvio, num total de 13 estruturas – entre lares de idosos, unidades de cuidados continuados, lares de jovens e de saúde mental -, situadas em oito concelhos.