Custódio já não é o treinador do Sp. Braga. A decisão foi anunciada esta quarta-feira por António Salvador, presidente dos minhotos, via comunicado. O técnico, anteriormente no comando dos juvenis, tinha subido à equipa principal no início de março, na sequência da saída de Rúben Amorim para o Sporting. O sucessor até ao final da temporada será Artur Jorge, antigo central que estava até agora à frente dos juniores do clube, tornando-se o quarto treinador do Sp. Braga esta época, depois de Ricardo Sá Pinto, Amorim e Custódio.

“Os erros não têm consequências para os árbitros nem para quem os lidera, mas têm consequências para as equipas, para os dirigentes, para os treinadores, para os jogadores e para os sócios e adeptos. A frustração sentida pelo clube e pelos seus responsáveis contribui para um clima de grande adversidade e favoreceu, não tenhamos dúvida, a decisão comunicada por Custódio Castro de deixar o comando técnico da equipa do Braga. Esta posição inamovível do nosso treinador coloca um desafio acrescido ao clube para a fase final da temporada, mas é reflexo de um ambiente de contrariedade que em grande parte é provocado por erros externos que não são admissíveis nem desculpáveis”, pode ler-se na nota, onde António Salvador deixa a ideia de que terá sido Custódio a abandonar a liderança do grupo.

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No longo comunicado, o presidente minhoto dedica vários parágrafos à “crise de competência profunda” no setor da arbitragem em Portugal. “A questão, porém, é mais profunda: é que o SC Braga não é apenas a equipa mais prejudicada na época 2019/20, já o foi na temporada transata, contribuindo inclusivé para a descida de divisão da sua equipa B, conforme reconheceu o próprio Conselho de Arbitragem, que não deixará de notar a coincidência de o Clube mais beneficiado ser, mais uma vez, aquele que compete diretamente com o SC Braga por um lugar na tabela”, acrescenta Salvador, referindo-se ao Sporting, que luta com os minhotos pelo terceiro lugar da classificação.

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“O erro é parte integrante do futebol e da vida, mas o erro persistente e reiterado tem outro nome e não há que ter receio de o apontar: chama-se incompetência. Permitir a incompetência é um atestado de incapacidade que tem de ser claramente imputado a este Conselho de Arbitragem, que é conivente com um prejuízo de 9 pontos à equipa do SC Braga ao longo deste campeonato, conforme é reconhecido por todos os analistas e por toda a Comunicação Social, que também deteta um benefício de 5 pontos para o competidor direto, o Sporting CP”, lê-se ainda no comunicado.

“O ataque ao SC Braga é um ataque aos seus sócios e adeptos e, por isso, é um ataque que a Direção não deixará de denunciar e de combater sempre que se verifique prejuízo da equipa, por um futebol mais justo e que valorize o esforço e o trabalho dos grandes treinadores, jogadores e profissionais que defendem este Clube”, termina a nota de António Salvador.

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A saída de Custódio acontece no dia seguinte à derrota do Sp. Braga em Vila do Conde, contra o Rio Ave, num jogo onde os minhotos chegaram a ter dois golos de vantagem. Em seis jogos ao comando da equipa, o treinador tinha registado apenas duas vitórias, três derrotas e um empate e perdeu o terceiro lugar para o Sporting, tendo agora o Rio Ave a apenas três pontos de distância. Custódio tinha chegado à equipa principal no início de março, quando Rúben Amorim saiu para o Sporting, depois de estar estado à frente dos juvenis do clube.

Esta terça-feira, na sequência da derrota em Vila do Conde e na conferência de imprensa, Custódio garantiu estar “desiludido” como o resultado. “Inexplicavelmente sofremos três golos. Numa equipa como a nossa, com jogadores com qualidade e maturidade, isso não pode acontecer”, acrescentou o treinador.