O banqueiro português António Horta Osório anunciou esta segunda-feira a saída do britânico Lloyds Bank, com efeitos a partir de Junho do próximo ano, concluindo um ciclo de 10 anos à frente da instituição.
Em comunicado de imprensa difundido por fonte oficial ligada ao banqueiro, pode ler-se que o responsável sai por defender que “as pessoas não se devem perpetuar nos cargos, para benefício das instituições e dos próprios”.
“É com um misto de emoções que anuncio a minha intenção de deixar o Lloyds Banking Group em junho do próximo ano. Foi um enorme privilégio ter contado com o apoio de uma equipa extraordinária, tanto no Conselho de Administração como no Conselho Executivo, com a qual vou continuar a contar até terminarmos a implementação do nosso plano estratégico, contribuindo para transformar o Grupo no banco do futuro”, diz o banqueiro.
Foi uma honra fazer parte da transformação de grande parte das nossas áreas de negócio. Sei que, quando deixar o cargo de CEO do Grupo no próximo ano, o banco terá a força estratégica, financeira e de gestão necessária para continuar a reforçar a sua posição de liderança no mercado.”
Horta Osório sairá, assim, em junho de 2021 após uma década ao serviço do banco britânico e depois de concluir o terceiro plano estratégico desenhado para o Lloyds para o período 2018- 2020, que tinha como principais objetivos preparar o banco para o mundo digital e contribuir para a transição do Reino Unido para uma economia de baixo carbono.
O banqueiro foi para o Lloyds, vindo dos quadros do Santander, em março de 2011 – foi a convite do Governo Inglês e do então ministro das Finanças (George Osborne) para relançar o banco que tinha sido intervencionado pelo Tesouro britânico e que tinha adquirido o HBOS, uma instituição que entrou em grandes dificuldades durante a crise financeira.
O Lloyds anunciou o regresso aos lucros em fevereiro de 2015, voltando a pagar dividendos, e em 2017 a posição do Tesouro foi vendida numa operação que acabou por ser lucrativa para o contribuinte britânico.
O presidente do conselho de administração do Lloyds, Lord Blackwell, agradeceu “a extraordinária contribuição do António Horta Osório, ao longo da última década, primeiro liderando o turnaround e, depois, o desenvolvimento estratégico do Grupo”. “O seu compromisso pessoal e a sua forte visão conduziram a um período de mudanças massivas e bem-sucedidas no Grupo”, elogiou o responsável.
Ao longo dos próximos 12 meses, Horta Osório vai concluir a implementação do plano estratégico apresentado em 2018, indica o comunicado de imprensa – ao mesmo tempo que se responde aos “enormes desafios colocados pelas consequências económicas da pandemia” e se assegura uma “transição da liderança da instituição de uma forma tranquila e organizada”.