José António Saraiva foi condenado pelo crime de devassa da vida privada pelo Tribunal Judicial de Lisboa, avança esta quarta-feira o Diário de Notícias.

Segundo o jornal, o ex-diretor do Expresso e do Sol foi condenado a pagar durante 180 dias uma multa diária de 30 euros por dia, perfazendo um total de 5.400 euros. José António Saraiva foi ainda condenado a pagar indemnizações aos autores da queixa e assistentes no processo, nomeadamente, à jornalista Fernanda Câncio e a um ex-namorado seu, que trabalhou no jornal Expresso, no valor de 15 mil euros a cada um.

Em causa está o processo levantado contra o ​​​​​​livro “Eu e os Políticos – O que não pude (ou não quis) escrever até hoje”, escrito por José António Saraiva e publicado pela editora Gradiva em setembro de 2016. Num dos capítulos, o autor fez referência a pormenores da vida íntima da jornalista Fernanda Câncio, quando esta namorava com o ex-copydesk do Expresso. A jornalista do Diário de Notícias e o seu antigo companheiro apresentaram uma queixa contra José António Saraiva e o editor da Gradiva, Guilherme Valente.

No Twitter Fernanda Câncio já reagiu à decisão do Tribunal frisando a “importância da decisão” que considerou “justa”. A jornalista apelidou ainda o livro de “uma das maiores nojeiras já dada à estampa”.

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Ao Observador, José António Saraiva confirmou apenas que irá recorrer da decisão do tribunal.

O julgamento teve início há vários meses, mas devido à pandemia de Covid-19 teve de ser interrompido. Retomado agora, do julgamento saiu a leitura da sentença a José António Saraiva, tendo este sido condenado por devassa da vida privada pelo juiz Afonso Nunes, que considerou que os parágrafos referentes aos dois queixosos não podiam ser publicados ao abrigo da liberdade de expressão.

De acordo com o DN, após a leitura, o magistrado terá indicado que é provável que a defesa recorra da decisão no Tribunal da Relação de Lisboa.

Atualizado às 22h28 com resposta de José António Saraiva