O Sindicato dos Trabalhadores de Arqueologia (STARQ) alertou esta sexta-feira para a “gritante” falta de condições de trabalho que se agravou devido à pandemia e que não permite aos arqueólogos exercerem a sua profissão “com segurança, dignidade e autonomia”.
Em comunicado, o STARQ aponta “problemas de higiene e segurança”, que já existiam antes da pandemia de Covid-19, como “paredes de edifícios de sondagens pouco seguras”, a “falta de sanitários ou mesmo lavatórios” ou “risco de hipotermia ou insolação”.
A gritante falta de condições de trabalho, que não permite exercer a profissão, criadora de riqueza cultural, histórica e científica, com segurança, dignidade e autonomia, agudizou-se com o surgimento da pandemia”, pode ler-se na nota divulgada esta sexta-feira, Dia Internacional dos Arqueólogos.
A estrutura sindical destaca ainda ser positiva a divulgação das normas da Direção-Geral da Saúde para a construção civil, ligada à atividade dos arqueólogos, por constituírem “o mínimo exigível para a prevenção da infeção” por Covid-19, mas pediu fiscalização.
No entanto, sublinhamos que a eficácia destas normas será pouca ou nenhuma se a sua implementação ou cumprimento não forem devidamente fiscalizados”, refere.
O STARQ exige igualmente uma Autoridade para as Condições do Trabalho “ativa, forte e verdadeiramente inspetiva”.
O sindicato divulgou ainda os resultados de um inquérito promovido junto da comunidade de trabalhadores de arqueologia, durante o mês de maio, onde 44% dos inquiridos disse considerar que não são cumpridas as normas de higiene e segurança no trabalho.
O inquérito revela também que 32% dos trabalhadores que responderam ao estudo sentiram uma “diminuição dos seus rendimentos” e 70% diz ter uma “relação laboral precária”.
O inquérito ‘online’ aos trabalhadores em arqueologia obteve 185 respostas.
Para o STARQ, a arqueologia está atualmente “extremamente dependente” das dinâmicas da construção civil, situação que é “prejudicial para os profissionais da área, mas, igualmente, para a valorização e conhecimento do património”.