789kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Fransérgio acertou no poste, voltou a tentar, encurtou 360 kms e foi a imagem de uma equipa (a crónica do Sp. Braga-FC Porto)

Este artigo tem mais de 3 anos

Sp. Braga partia atrás mas acabou por ganhar a corrida dos 360 kms, a distância entre Braga e Lisboa. Minhotos estiveram a perder, deram a volta e venceram o FC Porto pela terceira vez este ano (2-1).

O capitão minhoto garantiu a vitória já na segunda parte
i

O capitão minhoto garantiu a vitória já na segunda parte

Getty Images

O capitão minhoto garantiu a vitória já na segunda parte

Getty Images

Era um final quase poético. Em janeiro, há seis meses e quando se ouviu falar pela primeira vez de uma doença chamada Covid-19 que estava algo descontrolada na China, o FC Porto perdeu duas vezes com o Sp. Braga. A primeira foi para a Liga e no Dragão, a segunda foi na final da Taça da Liga e na Pedreira. Rúben Amorim venceu duas vezes os dragões e naquela fase da temporada ainda ganhou ao Sporting em duas ocasiões e uma outra ao Benfica. Depois da final da Taça da Liga, onde o FC Porto perpetuou uma aparente maldição com o terceiro troféu nacional, Sérgio Conceição não mediu as palavras, garantiu que o grupo não estava unido e colocou o lugar à disposição. Pinto da Costa segurou o treinador — e seis meses depois, Sérgio Conceição voltava à Pedreira para limpar finalmente o armário que ainda tinha alguns esqueletos.

E se para o FC Porto era poesia, para o Sp. Braga era o culminar de uma montanha-russa que começou com Ricardo Sá Pinto, passou por Rúben Amorim e Custódio e terminou em Artur Jorge, que este sábado comandava a equipa enquanto quarto treinador numa única temporada. Os minhotos começaram a época em falso, Sá Pinto saiu antes do fim de 2019, Amorim apareceu como solução interna e surpreendeu tudo e todos ao vencer os “três grandes” e conquistar a Taça da Liga, Custódio rendeu-o quando o Sporting desembolsou mais de 12 milhões de euros mas não resistiu aos maus resultados da retoma. Este sábado, na Pedreira e contra o FC Porto, o Sp. Braga tinha de ganhar e esperar que o Sporting perdesse na Luz com o Benfica para ainda terminar a Liga no terceiro lugar, posição onde estava antes da interrupção da competição.

Ficha de jogo

Mostrar Esconder

Sp. Braga-FC Porto, 2-1

34.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Braga, em Braga

Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto)

Sp. Braga: Matheus, Esgaio, Bruno Wilson, David Carmo, Amador (Fabiano, 45′), André Horta (Samuel, 45′), Palhinha, Fransérgio (Raúl Silva, 86′), Ricardo Horta, Trincão, Paulinho (João Novais, 90+2′)

Suplentes não utilizados: Eduardo, Abel Ruiz, Bruno Viana, Sanca, Galeno

Treinador: Artur Jorge

FC Porto: Diogo Costa, Manafá, Pepe, Diogo Leite, Alex Telles, Danilo, Uribe (Sérgio Oliveira, 12′), Corona (Fábio Silva, 85′), Otávio (João Mário, 85′), Luis Díaz (Fábio Vieira, 53′), Soares (Zé Luís, 45′)

Suplentes não utilizados: Meixedo, Tomás Esteves, Loum, Vítor Ferreira

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Uribe (6′), Ricardo Horta (54′), Fransérgio (66′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Diogo Leite (18′), a João Palhinha (45′), a Zé Luís (48′), a Paulinho (50′), a Sérgio Oliveira (52′), a Matheus (80′), a Ricardo Horta (89′)

E entre poesia e montanhas-russas, o jogo não deixava de ceder o título de cabeça-de-cartaz da última noite da temporada mais atípica da história da Primeira Liga. Na Luz, lá está, o Benfica recebia o Sporting — e o encontro entre minhotos e dragões, embora a arrancar à mesma hora e a contar para essa corrida pelo terceiro lugar, acabava por cair na lista de prioridades quando era noite de dérbi lisboeta. Na Pedreira, porém, eram disputado muito mais do que um jogo de futebol: se o FC Porto queria esvaziar o armário dos esqueletos do Natal passado, o Sp. Braga queria travar de vez e encarrilar numa travessia mais tranquila já a pensar na próxima temporada.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para a visita ao Minho, Sérgio Conceição tirou Fábio Vieira do onze inicial: o jovem médio tinha sido titular contra o Sporting e o Moreirense mas foi substituído ainda na primeira parte da receção à equipa de Moreira de Cónegos, depois de meia-hora pouco conseguida. Uribe voltava ao onze para o render, enquanto que Pepe surgia ao lado de Diogo Leite, ao invés de Mbemba, e Diogo Costa mantinha-se na baliza. Do outro lado, Artur Jorge só mudava uma peça e de forma forçada, retirando o lesionado Rui Fonte para colocar Fransérgio. Num jogo que arrancou com uma homenagem ao guarda-redes Eduardo, que este sábado terminou a carreira enquanto jogador profissional, o FC Porto só precisou de esperar pouco mais de cinco minutos para abrir o marcador.

Quando os motores de ambas as equipas estavam ainda a arrancar, Corona — como é, aliás, usual — já tinha ido dos 0 aos 100 em poucos segundos. O mexicano entrou com a bola controlada na grande área e cruzou atrasado, Luis Díaz tentou o desvio ao primeiro poste mas falhou e foi Uribe, vindo de trás, que acabou por empurrar na zona central (6′). O colombiano estreou-se a marcar pelos dragões na última jornada da primeira temporada em Portugal mas lesionou-se no decorrer do lance, com os festejos do golo a ficarem totalmente esquecidos devido às notórias queixas do médio. Uribe foi assistido, ainda voltou ao relvado mas acabou por pedir a substituição que motivou o regresso de Sérgio Oliveira à equipa, depois de uma recuperação recorde após a lesão contraída em Tondela que é uma boa notícia para a final da Taça de Portugal.

Depois do golo, o Sp. Braga demorou a apresentar algum tipo de reação e o FC Porto começou a realizar o jogo que lhe era mais confortável. Os dragões tiveram mais bola e maior controlo e beneficiaram do movimento dos minhotos sempre que não tinham a posse, que era recuar para o próprio meio-campo e compactar os setores para evitar desequilíbrios. A equipa de Artur Jorge acabou por não conseguir criar qualquer oportunidade de golo no primeiro tempo e manteve-se sempre muito afastada do último terço adversário, enquanto que o FC Porto aproveitava para gerir a vantagem mínima e jogar muitas vezes a passo, num jogo com um ritmo muito reduzido e com poucos destaques.

Soares acabou por protagonizar a única ocasião de golo para lá do lance que abriu o marcador, com um remate que desviou num defesa adversário mas que levava a direção da baliza (30′), e a melhor fase do primeiro tempo surgiu já nos últimos instantes, com o Sp. Braga a conseguir passar algum tempo no meio-campo dos dragões — ainda que sem chegar perto da baliza de Diogo Costa. Sérgio Oliveira ainda voltou a colocar a bola no interior da baliza dos minhotos, depois de um cruzamento perfeito de Soares (45+3′), mas o lance foi anulado por fora de jogo do brasileiro e a partida foi mesmo para o intervalo com o FC Porto a vencer pela margem mínima. E num jogo morno e mesmo com o Sporting a perder na Luz com o Benfica na final da primeira parte, o resultado ditava que o Sp. Braga iria ficar no quarto lugar da Primeira Liga.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sp. Braga-FC Porto:]

No início da segunda parte, tanto Artur Jorge como Sérgio Conceição decidiram mexer na equipa: o primeiro tirou Pedro Amador e André Horta para lançar Fabiano e Samuel Costa, o segundo trocou Soares por Zé Luís. O banco não chegou a aquecer até ao momento em que Fábio Vieira foi chamado pelo treinador dos dragões, para substituir o lesionado Luis Díaz, e o primeiro lance em que o jovem médio participou acabou por coincidir com o empate do Sp. Braga.

Livre batido na direita, a defesa do FC Porto desviou para a entrada da grande área e Ricardo Horta, com um pontapé forte, acabou por tirar o primeiro remate enquadrado dos minhotos em toda a partida (54′): a bola parecia ir à figura de Diogo Costa mas desviou em Zé Luís já na pequena área e acabou por trair o jovem guarda-redes. De forma natural, o Sp. Braga viveu o melhor período no jogo logo depois de ter empatado e obrigou Diogo Costa a duas intervenções apertadas, primeiro na sequência de um remate forte de Paulinho (59′) e depois com uma tentativa de Fransérgio (61′). E acabou por ser este último, de braçadeira em riste, a oferecer esperança aos minhotos.

Fransérgio começou por acertar no poste, com um remate de fora de área, e na sequência do lance e depois da insistência do ataque do Sp. Braga apareceu com um pontapé rasteiro para bater novamente Diogo Costa (66′). O FC Porto procurou esboçar uma reação à desvantagem nos minutos seguintes, ainda que sempre algo retraído pelo conforto de onde não conseguiu sair depois do intervalo, e foi mesmo o Sp. Braga a ficar perto do terceiro golo nesta fase, com Diogo Costa a aplicar-se para evitar o bis de Ricardo Horta (73′). Mas a alegria na Pedreira, desde logo refreada por Eduardo com gritos que pediam calma a partir do banco de suplentes, não durou mais do que 10 minutos: na Luz, Sporar empatou para o Sporting e colocou os leões novamente no terceiro lugar.

Os 90 minutos, contudo, ainda não tinham terminado — nem na Pedreira, nem na Luz. A dois minutos do final do tempo regulamentar do dérbi de Lisboa, Carlos Vinícius colocou o Benfica novamente em vantagem, num golo que foi celebrado pelo banco de suplentes do Sp. Braga como se se tratasse de uma vitória dos próprios minhotos. A equipa de Artur Jorge segurou a vantagem até ao fim, carimbou a terceira vitória em três jogos contra o FC Porto esta temporada e aproveitou a derrota do Sporting para agarrar o terceiro lugar e o acesso direto à fase de grupos da Liga Europa da próxima época. Fransérgio, que no lance do golo da vitória acertou primeiro no poste antes de marcar, foi a imagem de uma equipa que aguentou quase tudo, superou um início de temporada menos bom, aproveitou um momento fantástico com Rúben Amorim e voltou a ultrapassar uma retoma pouco positiva. Resistiu, insistiu e marcou golo, assim como Fransérgio. E, de repente, os mais de 360 quilómetros que separam Braga e Lisboa desapareceram.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora