A cotação do ouro nos mercados internacionais atingiu esta segunda-feira um novo máximo histórico – muito perto dos 2.000 dólares por onça – após uma valorização súbita que a maioria dos analistas interpreta como uma reação às medidas de estímulo económico que os bancos centrais mundiais estão a lançar para responder à crise pandémica. Mas essa é apenas uma parte da explicação, porque há muito tempo – bem antes do vírus – que vários analistas antecipavam que a cotação do ouro poderia chegar a estes valores recorde.
Há praticamente um ano, várias casas de investimento, entre as quais o Bank of America-Merrill Lynch e a TD Securities, já avisavam que estava a formar-se o cocktail que poderia fazer com que nos meses seguintes houvesse uma valorização do ouro para lá dos recordes registados em 2012, em plena crise da dívida europeia. Recordes esses, na casa dos 1.980 dólares por onça, que foram agora ultrapassados (em termos nominais, não ajustados à inflação do dólar): os contratos futuros de ouro para outubro (Comex) tocaram os 1.997 dólares por onça, na sessão norte-americana desta segunda-feira (1.697 euros).
Diziam os analistas citados numa notícia da CNBC de 13 de agosto de 2019: “Num mundo cheio de incerteza e com uma enorme quantidade de instrumentos de dívida com rendimentos abaixo de zero, ativos reais como o ouro tornam-se mais atrativos – o que pode levar a cotação do ouro a novos recordes”. Na altura, essas incertezas diziam respeito sobretudo às tensões comerciais entre os EUA e a China mas também, por outro lado, às retomas económicas lentas que se faziam sentir nos blocos económicos desenvolvidos como os EUA e a Europa.
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