O antigo administrador do Banco Espírito Santo José Maria Ricciardi diz que irá “lutar com toda a força para resgatar” o nome da família Espírito Santo. Em entrevista na SIC Notícias, Ricciardi lembrou que “os 150 anos de história na família foram destruídos em 10 ou 15” e frisou ainda que “não aceita” qualquer crítica sobre o seu comportamento na administração do BES.
José Maria Ricciardi recordou que, dentro do grupo, foi “o único que apontou que já havia indícios graves”, em 2014 e que isso lhe valeu “discriminação”, até dentro da família. Indo mais longe, Ricciardi diz que andou “completamente isolado e ameaçado”, indicando “o próprio Dr Ricardo Salgado e os seus” que acusa de o terem “tentado demitir duas vezes de todos os cargos no Grupo Espírito Santo e no Banco Espírito Santo de Investimento”.
“Se me tivessem dado ouvidos se calhar o BES ainda existia”: as reações à acusação do MP
Mas as acusações do Ministério Público a 25 arguidos do caso BES parecem ter dado força ao administrador que admite agora “erguer um novo banco”.
“Vou lutar com toda a força para resgatar o nome da minha família. Vou tentar erguer um banco novo, será um banco pequeno já muito virado para a digitalização, serviços. Não vou ter tempo físico para fazer dele, de uma forma sustentada e transparente, um grande banco. Vou tentar para que as gerações vindouras possam fazê-lo crescer de forma sustentada e transparência”, afirmou o ex-administrador do BES.
Ricciardi pretende ainda que o capital do banco seja “português”, já que à exceção da CGD, todos os bancos em Portugal têm acionistas estrangeiros.
Sobre as críticas à sua posição e conduta ainda no BES, José Maria Ricciardi diz que “todas as pessoas” que atualmente o criticam “estavam caladas” enquanto ele apresentava ao Banco de Portugal e Ministério Público as primeiras provas em relação às irregularidades que estavam a acontecer na gestão do BES. A exceção, segundo Ricciardi, é apenas Ana Gomes (à data deputada do PS).