A Sporting SAD fechou o exercício de 2019/20, marcado nos últimos meses pela pandemia, com um lucro de 12,5 milhões de euros, que compara com o prejuízo de 7,9 milhões no período homólogo da anterior temporada. Além da venda de Bruno Fernandes ao Manchester United por 55 milhões fixos mais 25 milhões variáveis, o Relatório e Conta enviado esta segunda-feira à CMVM apresenta um volume de negócios recorde de 175,5 milhões. Em paralelo, a sociedade marcou a Assembleia Geral para discussão e votação do Relatório para 29 de setembro.

Aprovação de prejuízos, voto de confiança, aumento salarial e novos vogais: o que se vai passar na AG da Sporting SAD

“Apresentamos este ano resultados positivos de €12,5M, e conseguimos reduzir o gap operacional, excluindo efeitos one-off de indemnizações, provisões e impacto COVID-19 em cerca de €10,5M, o que nos dá no futuro uma maior flexibilidade de ajustamento aos ciclos de receita, mantendo a competitividade desportiva”, salienta a  mensagem assinada por Frederico Varandas, presidente da sociedade verde e branca, na missiva enviada à CMVM. Entre os pontos mais relevantes do documento, a Sporting SAD destaca a alienação do passe de Bruno Fernandes (acrescentando que além dos 55 milhões fixos os leões já receberam mais três milhões por obtenção de um dos objetivos); as vendas de Raphinha e Thierry Correia por 33 milhões; o acordo com Olympiacos por Podence que rendeu sete milhões; a redução salarial de 8,4 milhões; a redução do passivo em 26,2 milhões, dos quais 23,3 milhões para amortização de dívida bancária; e o impacto negativo de 3,7 milhões pela pandemia. Em paralelo, os resultados operacionais sem transações com jogadores passaram de 29 milhões para 38,9 milhões. A dívida a fornecedores também aumentou cerca de oito milhões, de 47,9 milhões para 55,9 milhões.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

55+5+5+15 e 10% da mais-valia: os números oficiais da venda de Bruno Fernandes ao Manchester United

“É com muito orgulho e um enorme espírito de agradecimento que me dirijo a todos os colaboradores e atletas da Sporting SAD, que permitiram à organização enfrentar dois momentos marcantes em pouco mais de dois anos. Depois do ataque de Alcochete, com todas as consequências conhecidas, em Março de 2020, deparamo-nos com uma crise global sem precedentes provocada pela Covid-19 e cujos efeitos no mundo do desporto ainda não sabemos na plenitude. Apesar das duas gigantescas batalhas sequenciais de conjuntura que enfrentámos, a organização teve capacidade de resiliência para as encarar. Ultrapassámos ‘juntos’ um período de confinamento e de lay-off e ainda assim conseguimos dar passos gigantes que colocam a SAD mais perto do destino traçado há dois anos. No âmbito da estratégia definida estamos mais perto de alcançar o modelo que sempre defendemos para assegurar a sustentabilidade da Sporting SAD a médio/longo prazo”, destaca.

Sporting diz que vai pagar ao Sp. Braga mas o que estava acordado sem multas – e o fair-play financeiro já está cumprido

O líder leonino destacou ainda a aposta da equipa principal na formação, destacando ainda que “o reequilíbrio nos gastos com pessoal foi acompanhado de um processo corporativo de revisão salarial, assente na promoção da equidade interna, cujo resultado foi um aumento do vencimento de 51% dos colaboradores”: “Este é o caminho que traçámos, este é o caminho para garantir o futuro do Sporting. Nas duas últimas épocas, assinámos 32 contratos profissionais e 49 contratos formação e na presente época, já garantimos mais nove contratos profissionais e 16 de formação. É um modelo desportivo que assenta num equilíbrio essencial do plantel, entre jogadores de formação e jogadores com maior experiência e qualidade confirmada, sempre guiado pelo princípio incontornável de sustentabilidade financeira, pelo que realço o esforço de ajustamento efetuado na massa salarial”.

Nuno Mendes, o mais novo a estrear-se como titular desde Ronaldo que vai ter como prenda a renovação até 2025

“É uma época que se inicia ainda com contornos de enorme incerteza, porém com a certeza que exigirá um enorme desafio financeiro resultante dos impactos diretos e indiretos que a pandemia ainda vai agudizar. No entanto, estamos preparados e confiantes que, mais uma vez, vamos superar os desafios que temos pela frente. Continuaremos a concretizar a nossa visão estratégica, cujos pilares e linhas mestras reforçámos em Março no documento ‘Regresso ao Futuro’, aproximando-nos da missão de dar uma experiência de excelência a todos os stakeholders nas várias vertentes do ecossistema leonino”, conclui Frederico Varandas.

Sporting não pagou Rúben Amorim (porque não recebeu o que era suposto de outros) e quer reduzir custos com pessoal em 40%