A oposição democrática na Bielorrússia, o arcebispo de Mossul (Síria), ativistas ambientais hondurenhos e dos direitos LGBTI polacos integram a lista das propostas dos eurodeputados para o prémio Sakharov 2020, atribuído anualmente pelo Parlamento Europeu (PE).
Desta primeira proposta, de cinco nomeados, sairá no dia 28 uma lista de três finalistas entre os quais será escolhido o vencedor, no dia 22 de outubro, sendo o prémio entregue em dezembro, durante a sessão plenária do PE, em Estrasburgo, França.
Na lista, a recente candidata à presidência da Bielorrússia, Svetlana Tikhanovskaya, surge duas vezes: proposta individualmente e integrada num conjunto representativo da oposição democrática, o Conselho de Coordenação que integra ainda a escritora Svetlana Alexievich, laureada com um prémio Nobel.
O arcebispo de Mossul, Najeeb Moussa Michaeel, é outro nome da lista, proposto por, quando os terroristas do grupo extremista Estado Islâmico chegaram à cidade síria, em agosto de 2014, ter garantido a retirada de cristãos, sírios e caldeus para o Curdistão iraquiano e salvaguardado mais de 800 manuscritos históricos que datam do século XIII ao século XIX.
Um grupo de ativistas ambientais de Guapinol, Guatemala, que se encontram detidos pela sua participação num acampamento de protesto pacífico contra uma companhia mineira, cuja atividade provocara a contaminação dos rios Guapinol e San Pedro e a ecologista Berta Cáceres, assassinada em 2016, integram também a proposta inicial.
Entre os candidatos a nomeados estão ativistas polacos LGBTI que fundaram, em 2019, a página web Atlas of Hate, para o mapeamento e monitoramento dos vários municípios polacos locais que adotaram, rejeitaram ou deixaram pendentes ‘resoluções anti-LGBTI’, assim como para distribuir informações destinadas a ativistas, meios da comunicação social e políticos.
O prémio Sakharov para a liberdade de consciência, no valor de 50 mil euros, foi instaurado em 1988 e conta, entre os seus laureados, com o resistente contra o Apartheid na África do Sul Nelson Mandela (1988), o lutador pela independência de Timor-Leste Xanana Gusmão (1999) e o bispo emérito de Lubando Zacarias Kamwenho pelos esforços de paz em Angola (2001).
Em 2019, foi atribuído a Ilham Tohti, defensor dos direitos humanos uigur, professor de economia e defensor dos direitos da minoria uigur na China.
O prémio recebeu o nome do cientista soviético, dissidente e laureado com o Prémio Nobel da Paz, Andrei Sakharov (1921-1989).