A Iniciativa Liberal questionou esta terça-feira o governo sobre o surto de Covid-19 num lar ilegal em Évora, apontando às autoridades e instituições uma “sucessão de falhas” e exigindo saber como vão funcionar as visitas das equipas multidisciplinares previstas pelo executivo.
Numa pergunta dirigida à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e ao ministro da Administração Interna, a Iniciativa Liberal argumenta que “as falhas na gestão de lares já foram admitidas pelas ministras da Saúde e da Segurança Social e pelo próprio primeiro-ministro”, mas “passados meses de desresponsabilização e inação, quase 40% das mortes por Covid-19 foram idosos residentes em lares”.
Para o partido, os casos no Lar do Comércio, em Matosinhos, ou no Lar de Reguengos de Monsaraz “são apenas dois exemplos de entre muitos surtos e problemas que afetam esta população de risco, especialmente vulnerável”, aos quais se juntou entretanto o problema num lar ilegal, em Évora.
Todos os relatos coincidem na falta de implementação de plano de contingência”, apontam os liberais sobre o caso de Évora.
No passado dia 11 de setembro, o ministro da Administração Interna anunciou que todos os lares de idosos vão receber as visitas, nos próximos dois meses, das equipas multidisciplinares que integram estruturas da proteção civil, saúde e segurança social.
Para a Iniciativa Liberal, este constitui-se como “mais um atraso na implementação, mais uma falha na proteção dos mais fracos” uma vez que há meses que é conhecida a “imperiosa necessidade de proteção dos segmentos de risco, algo definido como prioritário desde o início”.
Assim, o partido pretende saber “porque não foi atempadamente encerrado o Lar da Sizuda de acordo com a instrução recebida em 2016 e sendo conhecidas as graves deficiências do mesmo” e se o governo pode garantir “que não há mais entidades residenciais para idosos na mesma situação”.
A IL questiona ainda o governo sobre quais os “princípios a que irá obedecer o plano de visitas anunciado pelo Governo”, quantos lares vão ser visitados, qual a sua tipologia e se serão “visitas agendadas ou não agendadas previamente”.
Por fim, os liberais querem saber se “as brigadas multidisciplinares anunciadas funcionarão apenas durante dois meses ou terão outro horizonte temporal”.
O número de casos de Covid-19 relacionados com o surto num lar ilegal de Évora, já com um morto, estabilizou nos 53, estando duas utentes internadas no hospital da cidade, afirmou esta terça-feira à agência Lusa o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá.