“Nós pensávamos chegar aos 6 mil, chegar aos 7 mil já foi bom. Mas com os 15 mil candidatos pensávamos que havia metade dos eleitos. Estávamos a prever um aumento, mas é normal que haja muitos desta vez”, afirmou Paulo Marques, presidente da CIVICA, associação que reúne os eleitos portugueses em França, em declarações à agência Lusa.
Em 2001 esta lista consistia em 344 eleitos, em 2014 foi de 4.000 e agora 7.200, um aumento justificado não só por ações de sensibilização junto da comunidade, mas também devido ao recenseamento automático dos jovens de 18 anos com origens portuguesas.
“Os jovens que chegavam à maioridade passaram a estar inscritos automaticamente, o que fazia com que eles tivessem uma primeira intervenção cívica ao receberem o cartão de eleitor e muitos envolveram-se em partidos políticos”, explicou Paulo Marques.
Esta implementação nos partidos políticos, segundo Paulo Marques, que é presidente-adjunto da autarquia de Aulnay-sous-Bois, levou a uma maior sensibilização dos cabeças de lista para o facto de muitos eleitores de origem portuguesa serem já franceses e haver necessidade de os integrar nas listas.
Em termos de distribuição, na região de Île-de-France, região onde se situa Paris, há mais de 1.000 eleitos, sendo a zona onde se concentram mais emigrantes portugueses. No entanto, Paulo Marques reforça que “há eleitos em todo o território” gaulês, incluindo nas regiões ultramarinas.
O trabalho de encontrar os eleitos de origem portuguesa entre os mais de 500 mil eleitos nas eleições municipais de 2020 começou logo a decorrer a partir da primeira volta, ainda em março, com membros da CIVICA a verificarem as listas.
Após o mesmo processo ter sido levado a cabo depois da segunda volta, em junho, a associação recorreu a um algoritmo que ajudou a identificar todos os eleitos de origem portuguesa em França.
O Luso Jornal, maior jornal da comunidade portuguesa em França, fez também parte deste processo, verificando e acrescentando mais nomes às listas, assim como divulga na sua versão na internet a lista completa apurada até agora.
Num esforço conjunto entre a CIVICA e o Luso Jornal, estas entidades pedem agora à comunidade portuguesa que verifique se os eleitos de origem portuguesa nos seus distritos foram bem identificados, acrescentando nomes caso seja necessário.