Se o novo coronavírus se propagar com grande intensidade durante este inverno, 12,5 milhões de consultas presenciais com enfermeiro, médico de família ou especialista hospitalar e intervenções cirúrgicas podem ficar por realizar este ano. A estimativa é de um estudo da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e da Ordem dos Médicos sobre o impacto da Covid-19 no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a que o Expresso teve acesso.

De acordo com este, o cenário é, de um modo geral, desanimador, até mesmo considerando que Portugal não terá de enfrentar uma propagação intensa do vírus, o que parece pouco provável. Se isso acontecer, dez milhões de consultas e cirurgias ficarão por fazer. Em qualquer um dos cenários, de pouca ou muita propagação, os centros de saúde serão sempre os mais afetados.

Em declarações à Rádio Observador, o bastonário da Ordem dos Médicos avisa que é necessário mudar a estratégia usada para conter a primeira vaga.

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Na base do estudo está a atividade do SNS em 2019, os três primeiros meses deste e a redução que foi sendo registada desde então na prestação assistencial por causa do aumento de casos de Covid-19, explica o Expresso. Uma análise destes dados permitiu concluir que falta assistência e que as consequências far-se-ão sentir nos próximos meses, à medida que o número de contágios for aumentado e a gripe começar a circular.

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