Depois de uma chegada ao Alto de Santa Luzia que trouxe poucas alterações na geral individual e que manteve nos primeiros lugares os grandes candidatos à vitória na Volta a Portugal Edição Especial, a subida à Senhora da Graça logo na segunda etapa a rolar após o prólogo de sete quilómetros em Fafe que abriu esta edição no domingo prometia fazer uma triagem nos corredores e nos tempos tendo em vista a próxima etapa a subir, já na próxima quinta-feira, na Torre. Talvez por isso, este segundo dia teve características diferentes do que na véspera, quando Luís Gomes bateu a concorrência no último quilómetro após uma longa fuga de Marvin Scheulen.
Luís Gomes brilha ganha na Santa Luzia, Veloso mantém a amarela mas o herói da etapa foi outro
A saída de Paredes manteve o pelotão compacto na passagem pelo prémio de montanha de 4.ª categoria, em Rebordosa, onde David Ribeiro (LA Alumínios-LA Sport), Fábio Costa (Kelly-Simoldes-UDO) e Ángel Sánchez (Miranda-Mortágua) – que ontem teve uma queda a poucos quilómetros do final que chegou a gerar preocupação – foram os mais rápidos. Foi também nessa fase que se deu o momento mais infeliz do dia: Nigel Ellsay, canadiano da Rally Cycling que esteve em destaque na perseguição da equipa a Marvin Scheulen antes da chegada ao Alto da Santa Luzia, chocou contra um bandeira amarela que estava a fazer a sinalizado parado, caiu e ambos tiveram de ser transportados ao Hospital Padre Américo – Vale do Sousa em estado grave, segundo a Lusa.
Update on @NigelEllsay's crash from stage 2 of the #VoltaPortugal: he's conscious but has a suspected broken collarbone. Nigel is currently undergoing more tests. He's in good hands and we will update as we have more info. Thank you for your messages.
— Human Powered Health Cycling (@hphcycling) September 29, 2020
O pelotão sofria a primeira baixa entre os 98 corredores que estiveram na partida (as equipas este ano têm apenas sete elementos) antes da primeira fuga do dia, aos 15 quilómetros, que envolveu 13 nomes de 12 das equipas em prova: Ricardo Mestre (W52 FC Porto), Hector Sáez (Caja Rural-Seguros RGA), Hideto Nakane (Nippo Delko Provence), Daniel McLay (Team Arkéa-Samsic), César Martingil (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel), Nuno Meireles (Aviludo-Louletano), Luís Mendonça (Efapel), Fábio Oliveira (Feirense), Rafael Lourenço (Kelly-Simoldes Oliveirense), Gonçalo Leaça (LA Alumínios-LA Sport), Joaquim Silva (Miranda-Mortágua), Hugo Nunes e Daniel Silva (Rádio Popular-Boavista). Mais de 50 quilómetros depois, a distância para o pelotão tinha estabilizado entre 2.40 e três minutos, sendo que a velocidade média do dia estava nos 41,6km/h. Pouco depois, Sáez e Fábio Oliveira descolaram desse grupo fugitivo, que ficou reduzido a 11 e com uma vantagem menor.
Gustavo Veloso vence prólogo e é o primeiro camisola amarela da Edição Especial da Volta
Já depois da passagem pelo prémio de montanha de 1.ª categoria, na Serra do Marão, apenas Ricardo Mestre, Luís Mendonça, Hugo Nunes e Daniel Silva conseguiram manter-se destacados do pelotão, numa vantagem que desceu para pouco mais de um minuto, subiu depois para 1.40. Começava a parte mais tática da corrida a vir ao de cima, com Ricardo Mestre a isolar-se da dupla Hugo Nunes-Daniel Silva e Frederico Figueiredo (Tavira), que descolou do pelotão, a deixar também para trás durante algum tempo o portista Amaro Antunes, que tinha saído na sua roda. A 25 quilómetros do final, havia um quinteto na frente com um minuto de vantagem, que com o tempo se diluiu em definitivo para uma dupla com todas as condições para disputar o triunfo na etapa e pela camisola amarela: Amaro Antunes e Frederico Figueiredo, num bom ritmo e com pouco mais de um minuto de avanço quando faltavam cerca de sete quilómetros para a chegada à Senhora da Graça.
Com Amaro Antunes na frente, a W52 FC Porto tinha apenas de gerir as movimentações no pelotão, sobretudo o que a Efapel fosse capaz de fazer para lançar na frente Jóni Brandão. Nem mesmo a saída de João Benta mudou esse cenário, até pela vantagem que os dois da frente conseguiam manter e que só mudou no último quilómetro, quando Amaro Antunes fez um fortíssimo ataque que não só deixou Frederico Figueiredo para trás como permitiu ganhar mais de nove segundos ao corredor do Tavira (a desvantagem que tinha na geral), ficando assim com a camisola amarela que pertencia ao companheiro de equipa, Gustavo Veloso, desde o prólogo. João Benta terminou em terceiro a 1.13, à frente do britânico Simon Carr (1.20), antes de chegar o grupo com vários possíveis candidatos: Veloso, De Mateos, Ricardo Vilela e Jóni Brandão, todos a 1.45 do vencedor.
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Depois desta segunda etapa, Amaro Antunes passa a liderar com 13 segundos de vantagem em relação a Frederico Figueiredo, o principal adversário na Senhora da Graça. Gustavo Veloso, antigo camisola amarela, fica em terceiro a 1.13, ao passo que João Benta saltou para o quarto posto a 1.17. Jóni Brandão (1.20), Daniel Freitas (1.25), Vicente de Mateos (1.25) e João Rodrigues (1.29) continuam também ainda na luta pelo primeiro lugar.