A taxa de participação no mercado de trabalho em Portugal era em 2019 mais elevada entre a população migrante do que entre a população nativa, de acordo com um relatório esta segunda-feira divulgado pela OCDE.
O relatório de 2020 relativo às migrações internacionais, esta quinta-feira divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), apresenta alguns dados estatísticos que mostram um maior envolvimento da população estrangeira no mercado de trabalho em Portugal em comparação com a população nativa, mas que demonstram também uma maior taxa de desemprego.
A taxa de participação, que mede a percentagem de pessoas ativas ou que procuram ativamente emprego dentro do universo da população ativa, era de 83,3% entre a população estrangeira a residir em Portugal em 2019, e de 74,6% entre a população nativa.
Também a taxa de emprego era superior entre os estrangeiros, com um registo de 76,3%, contra 69,8% entre a população portuguesa nativa.
Apesar de uma maior taxa de participação no mercado de trabalho, o que inclui a procura ativa de emprego, a taxa de desemprego afeta mais a população migrante. Em 2019 era de 8,4%, contra os 6,5% na população nativa.
O relatório mostra ainda que o crescimento populacional em Portugal em 2019 se ficou a dever quase na totalidade à população migrante, sendo a única razão para um saldo positivo, já que sem esse contributo o país teria perdido 2,5 pessoas por cada mil habitantes, mas acabando por registar um acréscimo de 1,9 pessoas por cada mil habitantes.
No que diz respeito a remessas de emigrantes e imigrantes, o relatório indica relativamente aos primeiros que, em 2019, Portugal recebeu 4.237 milhões de dólares (cerca de 3,7 mil milhões de euros), menos 4,1% em relação ao ano anterior e com um peso de 1,8% no Produto Interno Bruto (PIB).
Já as remessas enviadas pelos imigrantes, neste caso relativas ao ano de 2018, corresponderam a 245 milhões de dólares (cerca de 210 milhões de euros), menos 18,5% do que no ano anterior e com um peso de 0,1% no PIB.
Em 2018, os fluxos de imigração em Portugal ficaram sobretudo a dever-se a reuniões familiares, com 21.000 pessoas a chegarem por essa razão, representando 33% do universo de imigrantes de longa duração. Para trabalhar chegaram 20.000 pessoas (31%) e apenas 1% do total, correspondendo a 600 pessoas, chegaram ao país por razões humanitárias.
Brasil, Itália e França são os países de origem da maioria dos imigrantes chegados a Portugal em 2018. Os portugueses que saíram do território nacional em 2018 escolheram maioritariamente Reino Unido, Espanha e Suíça como destinos preferenciais.