Não foi a primeira vez que aconteceu mas existe um ponto em comum em relação ao que aconteceu em 2014/15: André Villas-Boas. Nessa altura, o treinador português orientava os russos do Zenit, estando no grupo do Benfica de Jorge Jesus e do Mónaco de Leonardo Jardim. Esta temporada, em quatro treinadores nacionais presentes na fase de grupos da Liga milionária, três voltaram a ficar no mesmo grupo e os dois “não favoritos” na teoria, Pedro Martins e Villas-Boas, encontravam-se logo a abrir na Grécia num Olympiacos-Marselha à mesma hora em que o FC Porto defrontava em Inglaterra o Manchester City. Sendo apenas a primeira jornada estava longe de decidir o que quer que fosse mas quem vencesse dava um passo inicial importante na luta pela qualificação. E na antecâmara do arranque da fase de grupos não faltaram elogios cruzados entre os representantes nacionais.
“Gosto do trabalho do André Villas-Boas, já demonstrou a sua qualidade. Fez um excelente trabalho no FC Porto, em particular. Tenho muito respeito e reconhecimento pelo profissional e pela pessoa. É um cavalheiro, sábio, inteligente…”, destacou Pedro Martins, que não se coibiu de colocar a passagem aos oitavos como “um objetivo claro” de uma equipa “sempre a jogar para vencer, com um futebol atraente e ofensivo”. “O grupo é muito homogéneo. Se tirarmos o Manchester City, que é a equipa mais forte, vejo um grupo equilibrado. Olympiacos, FC Porto e Marselha podem qualificar-se, prevejo partidas muito disputadas”, vaticinou o técnico dos gregos.
“O Pedro [Martins] tem um jogo muito ofensivo e aberto”, salientou André Villas-Boas, que analisou também a importância do calendário nas decisões do grupo. “Não nos podemos lamentar depois de termos saído do pote quatro. O calendário é bastante bom para nós, deu-se aquilo que queria que era jogar com o Manchester City no final mas preferia jogar a jornada dupla com o Olympiacos, em vez do FC Porto, porque será complicado. Gosto de fixar objetivos elevados. Sonhávamos com esta competição e vamos tentar atingir os oitavos”, realçou.
É um grupo extremamente equilibrado. É um sinal fantástico para a escola de treinadores portugueses, treinarem equipas tão importantes”, comentou também Sérgio Conceição, na antevisão do outro jogo do grupo que coloca frente a frente o Manchester City e o FC Porto em Inglaterra.
E esse equilíbrio acabou por ser a nota dominante ao longo do encontro na Grécia, com remates repartidos entre os dois conjuntos, as melhores oportunidades a pertencerem aos gregos, os franceses a conseguirem uma melhor qualidade em posse. Aliás, o empate parecia ser o desfecho inevitável da partida, com os técnicos compatriotas a partilharem como é costume, sobretudo em Inglaterra, uma garrafa de vinho enquanto discutiam as incidências do encontro. Questão? Se Villas-Boas estava resignado com o empate, Pedro Martins quis mais e acertou em cheio na substituição que decidiria o jogo: apenas sete minutos depois de entrar, Hassan fez o 1-0 (90+1′).
Nascido no Cairo, o avançado que ganhou em miúdo a alcunha de Kouka, ou Koka, pelo gosto que tinha em beber Coca-Colas fez grande parte da carreira em Portugal, onde chegou com apenas 18 anos vindo da formação do Al Ahly. No Rio Ave, Hassan acabou a formação e cumpriu as três primeiras temporadas nos seniores, transferindo-se em 2015 para o Sp. Braga onde fez três épocas antes de ser cedido a título temporário e depois definitivo à equipa grega. Esta noite, na primeira vez que jogou na Champions, precisou de pouco tempo para apontar o primeiro golo na competição, que coloca o Olympiacos na frente do grupo com o City antes da visita ao Dragão.