A Antártida é o único destino do mundo que nunca registou um caso positivo do novo coronavírus. No entanto, esta prevenção tem um custo para o continente mais frio de todos: todos os projetos de pesquisa ali desenvolvidos foram suspensos devido à pandemia, conta o The Guardian.

Apesar de não ter habitantes nativos, a Antártida recebe anualmente milhares de investigadores de vários países por ser uma zona “vital” para estudar as alterações climáticas e a perda de biodiversidade.

Durante esta semana, 40 cientistas britânicos irão pela primeira vez este ano até à Antártida. Mas todas as precauções foram tomadas pelo British Antarctic Survey (BAS) para que tal aconteça. A entidade responsável pelas operações britânicas no continente escolheu apenas cientistas “em boa forma e saudáveis” e colocou-os em quarentena durante 14 dias, além disso, o navio onde vão embarcar vai diretamente para as estações de pesquisa para evitar qualquer tipo de contágio.

Escolhemos apenas funcionários em boa forma e saudáveis, que não têm fatores de risco Covid. Então, colocámo-los em quarentena durante 14 dias. Além disso, garantimos que o navio não entrará em nenhum porto durante a rota, para que não haja mais risco de contrair o vírus. Ele navegará diretamente para as nossas estações de pesquisa na Antártida”, explicou o chefe de operações John Eager.

Apesar de não haver “apoio logístico para levar os cientistas até à Antártida” e ao mesmo tempo garantir que estão livres de SARS-CoV-2, Jane Francis, diretora do BAS, afirma que a instituição está a ser “muito cuidadosa” para evitar contágios entre investigadores uma vez que o tratamento ali “seria muito difícil”.

Estamos a ser muito, muito cuidadosos em manter o continente livre de vírus simplesmente porque se alguém ficar realmente doente na Antártida, seria muito difícil tratá-lo.”, ressalvou.

O navio James Clark Ross partirá do porto de Harwich, no leste de Inglaterra, na próxima quinta-feira e levará consigo técnicos e mergulhadores para que possam recolher dados e amostras biológicas nos próximos meses. Deverá chegar à base de operações britânicas — o Rothera Research Station — daqui a oito semanas.

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