O Departamento de Investigação e Ação Penal (DCIAP) rejeita que o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Siza Vieira, tenha sido alvo de escutas num inquérito que corre naquele departamento e no âmbito no qual se investigam suspeitas de corrupção no caso do hidrogénio verde.

Na sequência de uma notícia surgida na imprensa de hoje [quinta-feira] e relacionada com um inquérito a correr termos no DCIAP, ao abrigo do disposto no art.º 86.º, n.º 13, al. b) do Código de Processo Penal, esclarece-se que o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital não foi alvo de interceções telefónicas”, lê-se numa nota publicada esta quinta-feira.

O Ministério Público (MP) acrescenta ainda que “o mencionado inquérito não tem arguidos constituídos” e que “a respetiva investigação decorre sujeita a segredo de justiça.”

A revista Sábado noticiou esta quinta-feira que o ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e o secretáriode Estado Adjunto e da Energia, João Galamba estiveram sob escuta no âmbito do inquérito. Segundo a publicação, as escutas teriam decorrido “durante a fase de pré-escolha dos candidatos aos negócios do hidrogénio”.

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Sobre as alegadas escutas a João Galamba, o MP não faz qualquer comentário na nota que tornou pública.

Na semana passada, a Sábado já havia avançado que o ministro e o secretário de Estado Adjunto estarão a ser investigados num processo que visa vários crimes económico-financeiros — corrupção e tráfico de influência incluídos —, no âmbito do projeto nacional do hidrogénio verde, que ao longo das próximas três décadas deverá ser subsidiado por largas centenas de milhões de euros de fundos públicos.

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Ao Observador, o MP confirmou a existência de um inquérito em curso no DCIAP, mas não confirmou que o ministro e o secretário de Estado estejam a ser visados no processo.