Os cuidadores informais vão ser alvo de um programa gratuito de rastreio à Covid-19 com testes semanais durante quatro meses, segundo uma nota pública divulgada esta sexta-feira pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
A iniciativa Famílias Seguras – Cuidar de Quem Cuida, desenvolvida em parceria com a Associação Nacional de Cuidadores Informais (ANCI) e apoiada pela Presidência da República, espera chegar a 200 famílias de todo o país, num total de 13.600 testes e 800 pessoas – abrangendo cuidadores, pessoas cuidadas e familiares em convivência direta.
“A inclusão dos cuidadores informais neste projeto trará benefícios aos próprios cuidadores e respetivos agregados familiares, uma vez que o programa pretende realizar testes semanais de rastreio à SARS-CoV-2, mas também trará benefícios a todos os outros cuidadores, no sentido do reconhecimento, possibilitando uma sensação de confiança e segurança, tendo em conta a vigilância ativa do programa”, refere em comunicado a líder da ANCI, Sílvia Artilheiro Alves.
Além dos testes de rastreio, o programa – que poderá alargar-se a mais pessoas e por mais tempo mediante a obtenção de apoios financeiros – prevê a realização de inquéritos epidemiológicos e de satisfação. As famílias estão já a ser identificadas pela ANCI e outros parceiros sociais através de critérios de vulnerabilidade e vontade de participação e o centro de testes da Faculdade de Ciências mostra-se pronto para dar resposta.
“Não podemos ficar indiferentes, temos de agir. Com esta iniciativa colocamos a nossa capacidade de inovação e o nosso melhor espírito colaborativo ao serviço desta população tão vulnerável, tão pouco visível, mas essencial”, referiu o diretor da universidade, Luís Carriço.
De acordo com a ANCI, estima-se a existência de cerca de 1,4 milhões de cuidadores informais em Portugal, dos quais 240.000 a tempo inteiro e muitos já integrando também grupos de risco à propagação do SARS-CoV-2. A pandemia de Covid-19 veio aumentar ainda mais a dimensão deste grupo, face às limitações impostas à resposta social e o condicionamento de acesso a cuidados de saúde.