O candidato presidencial do PCP João Ferreira avisou esta segunda-feira que as eleições “não são um passeio pela avenida” nem “um desfile” nem uma “marcação de espaço” para agendas “mais ou menos populistas ou reacionárias”.

A afirmação foi deixada pelo eurodeputado comunista na apresentação da mandatária nacional da candidatura numa cerimónia num hotel de Lisboa, em que Heloísa Apolónia, a ex-deputada do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), terminou o discurso a adaptar um slogan de legislativas anteriores: “João, avança com toda a confiança.”

João Ferreira, que deixou um elogio à dirigente dos Verdes pela sua “luta” pelos direitos sociais e ambientais, e a quem qualificou de “selo de garantia” na defesa do ambiente da sua candidatura, apelou à valorização das presidenciais.

“São demasiado importantes para que, quem quer que seja, se distancie delas”, “não podem passar ao lado dos portugueses”, afirmou, sem dar um destinatário concreto à frase que se seguiu.

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“As eleições não são um passeio na avenida. Não são um desfile de personalidades, nem uma marcação de espaço de agendas mais ou menos populistas, mais ou menos reacionárias”, disse.

O que está em causa, insistiu, é a defesa da Constituição, garante de direitos, como o da saúde, num momento de pandemia de Covid-19, ou na defesa do “enlace” de direitos, laborais, sociais e ambientais.

E foi aí que entrou o elogio à ex-deputada dos Verdes, que será a sua mandatária nacional, ao dizer que ela soube ligar “questões ambientais e sociais”, mas também fazer “a estreita associação de ambas com as questões económicas”, a defender a “pequena e média agricultura, o papel da agricultura familiar no mundo rural, a importância da soberania alimentar, da produção nacional, da produção e consumo locais”.

Depois, a dirigente do PEV retribuiu o elogio com várias frases, de que se destaca: “O João, para além da enorme consciência social, alia a essa dimensão uma profunda consciência ambiental. Isso é visível, não apenas a partir da sua formação académica, mas também a partir da sua intervenção política. E Portugal precisa dessa aliança entre a dimensão social e a dimensão ambiental para nortear o rumo político do país”.

Prometeu, por fim, trabalhar para “alargar”, “crescer”, “ganhar uma imensa dinâmica”, “agregar cada vez mais pessoas”.

Jerónimo de Sousa, o secretário-geral do PCP, esteve presente na sessão, assistiu, bateu palmas e saiu sem falar, nem aos militantes nem aos jornalistas.