O movimento proTEJO pediu esta segunda-feira à Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste (ARHTO) a “identificação das origens da poluição verificada no rio”, em Abrantes, e “medidas urgentes para combater a eutrofização nos rios Pônsul e Tejo internacional”.
Este pedido surge depois de, na quarta-feira, ter ocorrido um episódio de poluição junto ao açude de Abrantes, com flocos de espuma visíveis nas águas do rio.
Em comunicado, o movimento pelo Tejo – proTEJO solicita à ARHTO entidade e à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para, apesar de se tratarem de “situações pontuais”, reforçarem “as ações de identificação das origens da poluição”, tomarem “as medidas necessárias à sua eliminação” e procederem “à responsabilização dos agentes poluidores”.
Referindo-se a respostas já prestadas pela ARHTO sobre as “recentes ocorrências de poluição no rio Tejo, junto ao açude de Abrantes”, movimento ambientalista, com sede em Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém, diz entender como “positiva” a garantia de que “a APA/ARHTO manterá a monitorização programada assim como a vigilância no sentido de precaver eventuais ocorrências”. A proTejo indicou ainda que os recentes episódios de poluição “não têm sido visíveis nem recorrentes, em contraste com as situações de poluição que se verificavam no passado”.
Ainda assim, continua, “importa que a Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste, uma vez que monitoriza o rio Tejo a cada dois dias, em nove estações, desde Perais até Constância”, reforce as ações de identificação das origens da poluição, nomeadamente, pela utilização dessa informação de monitorização”. Por sua vez, o movimento assegura que vai “continuar a manter a vigilância e a reportar às autoridades competentes qualquer ocorrência de poluição que venha a ser detetada”.
Questionado sobre um episódio de poluição ocorrido junto ao açude de Abrantes, com flocos de espuma visíveis nas águas do rio, no dia 18 de novembro, o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, disse à Lusa ter estado no local, mas que nada foi encontrado de significativo.
Lamentavelmente, tivemos esta informação pelas redes sociais, mas assim que soube contactei a APA, manifestaram uma disponibilidade imediata e estiveram no rio Tejo na sexta-feira”, dia 20 de novembro, disse o autarca.
Manuel Jorge Valamatos acrescentou que as autoridades “já não verificaram qualquer foco de poluição” e que “vão continuar a analisar a montante”, não se sabendo a origem do foco de poluição registado dois dias antes por populares e ambientalistas.
Esta segunda-feira, o rio Tejo apresentava alguns indícios de poluição na zona de Abrantes, com água amarelada e alguma espuma, tendo o autarca confirmado à Lusa a presença de técnicos da APA e da PSP junto ao açude para colheitas de água para posterior análise.
O PROTEJO mostrou-se ainda preocupado com a “eutrofização no rio Pônsul e no Tejo internacional”, ocorrências que disse serem “recorrentes” e “que se verificam desde 2009, e com mais intensidade desde 2017 até ao corrente ano de 2020”, tendo referido “valores de fósforo elevados no rio Pônsul e na albufeira de Cedilho” e que “a origem pode resultar de descarga das ETAR ou da poluição difusa proveniente da agricultura”.
Nesse sentido, o Movimento pelo Tejo diz que “importa promover uma atuação com caráter de urgência, por parte da Administração da Região Hidrográfica do Tejo e da Confederação Hidrográfica do Tejo, de Espanha, com o objetivo de identificar as origens da poluição e de tomar medidas eficazes que eliminem definitivamente estas ocorrências recorrentes de eutrofização no rio Pônsul e na albufeira de Cedilho e Tejo internacional”.