A Índia anunciou esta sexta-feira uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,5% entre julho e setembro, entrando oficialmente em recessão técnica pela primeira vez desde a sua independência em 1947.

O período em causa é o segundo trimestre do ano orçamental indiano, mas já no primeiro trimestre (entre abril e junho) o PIB tinha registado um recuo histórico de 23,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O país é o segundo mais afetado do mundo pela pandemia de Covid-19 em número de casos, logo a seguir aos Estados Unidos, com mais de nove milhões de infetados.

Apesar de os números do PIB agora divulgados traduzirem uma melhoria em relação ao período anterior, a Índia teve nesses três meses o pior desempenho entre as grandes economias. O crescimento registado em países como os Estados Unidos, o Japão ou a Alemanha no trimestre que terminou em setembro permitia esperar que a Índia também recuperasse.

Mas, apesar de um aumento dos gastos ligados ao consumo, tendo em vista a época festiva local de outubro-novembro, registou-se uma queda em setores como a construção ou a hotelaria. Nova Deli tenta relançar a economia, que deverá recuar 9,5% em todo o exercício orçamental, segundo uma estimativa feita em outubro pelo governador do banco central, Shaktikanta Das.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma contração de 10,3% para o ano orçamental em curso, que termina em 31 de março de 2021, a mais acentuada no seio das principais economias emergentes e a pior desde a independência.

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