A derrota na receção ao Arsenal no primeiro dia de novembro teria de marcar um ponto de viragem, qualquer que fosse o rumo dessa inversão. Até aí, e após um mercado de verão que prometia pelo reforço de algumas posições nevrálgicas (que não todas mas isso o tempo continua a confirmar), o Manchester United não tinha conseguido sequer dois triunfos seguidos, sendo que uma das vitórias até apareceu no décimo minuto de descontos e numa decisão do VAR… já depois do apito final. A vitória com o Everton após reviravolta iniciou a série de três triunfos consecutivos mas os sucessos com WBA e Southampton mostraram sobretudo mais coração do que cabeça.

Trocou de botas, entrou a apertar os atacadores, inventou três golos e brilhou: Cavani dá vitória com reviravolta ao Manchester United

Foi esse o problema do conjunto de Solskjaer: a equipa reage muito mas age pouco, espera pelo sucesso e não vai ter com ele, faz o melhor e cai no pior. Só mesmo uma Premier League onde as equipas da frente têm perdido mais pontos do que é normal permitiam que os red devils se mantivessem perto das posições cimeiras, ainda que sem a margem de erro com que outros podiam contar. E era neste contexto, também depois de uma derrota caseira com o PSG na Champions, que chegava a deslocação ao Olímpico de Londres para defrontar o West Ham, equipa a fazer uma campanha bem mais regular do que nas últimas épocas e que tirara pontos a Manchester City e Tottenham entre outros resultados de relevo como as goleadas ao Wolverhampton e ao Leicester.

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Mais uma vez, Bruno Fernandes era o principal foco da equipa de Manchester, após um encontro com os franceses onde se destacou mais pelos pedidos sonoros para que Solskjaer mexesse na equipa após a expulsão de Fred do que pelo rendimento ao longo dos 90 minutos. E partia com um feito histórico na mira, podendo tornar-se o primeiro jogador desde Denis Law, em 1964, a marcar em seis encontros fora para o Campeonato, depois dos golos que foi marcando a Leicester (ainda na última temporada), Brighton, Newcastle, Everton e Southampton. Não conseguiu mas, ainda assim, voltou a deixar a sua marca com uma assistência, somando um total de 22 golos e 14 assistências nos primeiros 38 jogos pelo Manchester United, registo que supera todos os jogadores nessa fase.

À semelhança do que tinha acontecido nas últimas partidas, o conjunto de Solskjaer voltou a entrar de forma muito desligada, algo bem aproveitado pelo West Ham que teve um golo anulado, duas boas oportunidades, um remate ao poste e um golo ainda antes do intervalo por Soucek (38′). No entanto, e em algo que se começa a tornar quase numa regra, tudo mudou na segunda parte com a troca de Van de Beek por Bruno Fernandes, que conseguiu revolucionar o encontro e contribuiu de forma direta para nova reviravolta dos red devils, que empataram por Greenwood (65′), passaram para a frente por Pogba (68′) e fecharam as contas por Rashford (78′).

Antes, no segundo encontro do dia após o empate entre Burnley e Everton (1-1), o Manchester City de Rúben Dias, João Cancelo e Bernardo Silva (com os dois primeiros como titulares) recebeu e venceu o Fulham por 2-0, num triunfo tranquilo e que poderia ter terminado com outros números após o nulo na Champions com o FC Porto.

O conjunto de Pep Guardiola não demorou a deixar o cartão de visita para o jogo, inaugurando o marcador logo aos cinco minutos por Raheem Sterling após assistência de Kevin de Bruyne. Antes, o avançado inglês tinha feito uma ameaça, depois seguiram-se remates com perigo de João Cancelo (que mais parecia um ala do que um lateral) e Rúben Dias, tudo nos 15 minutos iniciais. Com total domínio de jogo e aquela posse típica dos conjuntos orientados pelo espanhol, Areola ia evitando males maiores mas o 2-0 surgiria de forma natural através de um penálti, com o médio De Bruyne a corrigir o castigo máximo falhado com o Liverpool e a aumentar a vantagem (26′). No segundo tempo, Areola tirou por mais duas ocasiões o golo ao belga, De Bruyne acertou na trave mas o resultado não mais voltou a mexer, com Ivan Cavaleiro a ter o remate com maior perigo do Fulham já na parte final.