Os portugueses nascidos entre 1957 e 1977 poupam pouco para a reforma e estão a contar que seja a casa própria em que a maioria (71%) vive que lhes irá dar um rendimento extra na reforma, seja através da venda ou através do aluguer. Esta é uma das conclusões de um estudo do BBVA que é citado esta sexta-feira pelo Jornal de Negócios.

O estudo indica que mais de metade dos portugueses com idades entre os 43 e os 63 anos (60%) admite que, quando chegar à reforma, não terá outra fonte de rendimento além da pensão que esperam receber do Estado. Embora oito em cada dez pessoas considerem importante poupar para a reforma, mais de metade diz que não o consegue fazer e que esgota os seus rendimentos a cada mês.

“Jovens, poupem. O tempo é o vosso melhor amigo” (o conselho de Charles Prideaux, que gere 500 mil milhões na Schroders)

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Esta conclusão é relevante dadas as expectativas de que no futuro o Estado terá necessidade de pagar reformas mais baixas, dadas as projeções demográficas sobre a evolução da população ativa. Essa perceção existe, já que 48% das pessoas nascidas nestes anos – que têm hoje entre 43 e 63 anos – reconhecem que provavelmente na reforma não irão receber um rendimento da pensão do Estado que lhes permita viver sem dificuldades.

A alternativa, segundo parecem acreditar os inquiridos, será adicionar à reforma do Estado algum tipo de rendimento obtido a partir da casa própria que 71% das pessoas desta geração têm (segundo o mesmo estudo). Seis em cada 10 inquiridos admitem vender a casa onde vivem, mudando-se para uma mais pequena ou numa localidade mais barata e embolsando a diferença – ou, então, em alternativa, mudar-se para outra casa e arrendar a casa onde vivem atualmente, retirando daí um rendimento.

“Esta geração de jovens arrisca uma vida a ser sugada, como no filme ‘The Matrix’”